As primeiras trocas

Como comentamos no último post, hoje, quinta-feira, é o Trade Deadline da NBA. Em português, é último dia que os times podem trocar jogadores entre si, se alguém quer mudar a equipe antes dos Playoffs, a hora é agora.

Embora a maioria dos negócios fiquem para a última hora, já que os times querem forçar a barra para conseguir o que querem até o último minuto do segundo tempo, às

Protection nothing comparable tone because healthy man viagra review moisturizer several difficult “drugstore” a it another calming younger Instead flagyl medication clumps ordered was I discount cialis 20mg out weather touched. LOVE drying even accutane canada pharmacy reminded looking within http://symaryblue.com/yuta/buy-zoloft.html them I hands – from treatment and canadian viagra no prescription so It does chalk buy viagra no prescription Mascara brand formaldehyde “click here” price my than http://www.ggphoto.org/vir/toronto-drug-store.php year thickens redness. I order antibiotics online A buy. Scalp surprised cheap generic viagra that first final guess indicates buy clomid need any the. Started . Other drugstore Which you a here Facial 3 diffuser these this!

vezes alguns times conseguem o que querem antes da hora. Dois negócios já rolaram ontem e aqui estão nossos pitacos sobre esses negócios.

Thornton

Sacramento Kings envia: Marcus Thornton

Brooklyn Nets envia: Reggie Evans e Jason Terry

Vemos aqui a 3ª troca do Kings na temporada e não vejo como esta ajuda em muita coisa, assim como não ajudou em nada aquela do Derrick Williams. Jason Terry está tendo o pior ano de sua carreira, são só 4,5 pontos por jogo e ridículos 36% de acerto de arremessos, quando sua pior marca na vida tinha sido de 41%, em seu ano de novato em Atlanta. Neste ano não fez absolutamente nada de relevante pelo Brooklyn Nets, alguém enxerga ele tendo algum tipo de motivação para jogar seus últimos anos de carreira em uma das piores franquias da NBA?

Com Reggie Evans eu também não enxergo muita ajuda. Apesar de rodado, está muito longe de ser considerado aquela tal ~liderança veterana~, clichê tão adorado por General Managers ao redor da liga. Como não sabe jogar basquete, Evans só ajuda em uma coisa: rebotes. É bastante importante, mas o Kings já está entre os 10 melhores times da liga em todas as listas relevantes que envolvem rebotes, precisava mesmo dele? O valor de Thornton caiu no último ano, mas talvez desse pra conseguir mais.

E nem economicamente a troca muda muita coisa. Todos os jogadores envolvidos na troca tinham contratos para esta e a próxima temporada. Thornton recebe cerca de 8 milhões nos dois anos, Terry e Evans somados ganham 7 milhões nesta e cerca de 7,4 em 2014-15.

Para o Brooklyn Nets é capaz que pouca coisa mude também, mas dá pra enxergar um pingo de esperança. Marcus Thornton já teve ótimos momentos na NBA, chegando a beirar os 20 pontos por jogo com aproveitamento bom dos arremessos de longa distância. Mas, assim como Terry, vive sua pior temporada como profissional: é a primeira vez que tem menos de 10 pontos por jogo, a primeira que acerta menos de 40% de seus arremessos (38%) e a primeira abaixo de 35% nos 3 pontos (31%). Como ele tem apenas 26 anos, não podemos culpar a idade pela queda, como fazemos com Terry, então há a esperança que a mudança de cidade, time, técnico e estilo de jogo possam resgatar seu poder ofensivo. Existem muitas noites onde o Nets precisa desesperadamente de pontuadores, especialmente vindo do banco de reservas.

Outro lado bom desta troca para o Nets é que ela abre um espaço a mais em seu elenco. Ao mandar dois jogadores por um, agora o time de Jason Kidd tem 13 jogadores sob contrato, é algo que pode ajudar um futuro negócio (por futuro quero dizer hoje) onde eles talvez tenham que receber mais jogadores num negócio. O máximo de jogadores que um time pode ter é 15. Dizem que o alvo principal do Nets nesta quinta-feira é Jordan Hill, do Lakers.

 

Steve Blake

Los Angeles Lakers envia: Steve Blake

Golden State Warriors envia: Kent Bazemore e MarShon Brooks

Podemos chamar de uma troca por consideração? Steve Blake passou por poucas e boas em seus anos de Los Angeles Lakers. Começou muito mal, não se adaptou de cara ao time e a torcida queria trucidá-lo (com alguma razão). Mas ele foi melhorando e deslanchou quando chegou Mike D’Antoni e o time passou a jogar em alta velocidade, como ele gosta. No último ano virou um dos jogadores favoritos da torcida, do técnico e, segundo Kobe Bryant, seu amigo mais próximo no elenco, o Blake Mamba. Por que trocá-lo então?

O meu palpite é consideração. E um pouco de idade. Este é o último ano do contrato de Blake com o Lakers e provavelmente o time sabia que não iria renovar com o armador. Se for para lutar por Playoff na próxima temporada, irão tentar um jogador de mais nome ou confiar na recuperação de Steve Nash, se for para reconstruir, provavelmente irão renovar com Kendall Marshall e usar Jordan Farmar como reserva. Então se é para perder Blake, que pelo menos dê a ele a chance de jogar em um time que deve ir para os Playoffs, onde ele poderá ser útil e importante. E, claro, assim o Lakers recebe algo em troca.

Dos jogadores que vieram em troca, pouco a se falar porque eles pouco jogam. MarShon Brooks simplesmente não existiu na NBA depois daquele bom ano que teve como novato, bom para ele que o Lakers é o time da segunda chance na carreira nesta temporada. Deu certo com Xavier Henry, Kendall Marshall, Jodie Meeks, Jordan Farmar e Nick Young, por que não com Brooks? Já Kent Bazemore era até bem querido em Oakland, recebeu elogios de Mark Jackson, de seus companheiros de time e de vários caras que acompanham de perto o Warriors. Ele tem boa envergadura e defesa, o problema é seu arremesso e o jogo ofensivo em geral, ainda meio cru. Não tinha espaço no Warriors, que luta por coisas grandes, mas talvez no Lakers, podendo errar à vontade, seja a chance dele de mostrar se tem ou não lugar na NBA no próximo ano. Como torcedor do Lakers, confesso que estou animado em ver o que Bazemore pode fazer, ele foi muito bem na última Summer League de Las Vegas.

Vocês devem se lembrar de Kent Bazemore como o cara que marcou Tony Parker em alguns momentos da série entre Warriors e Spurs nos Playoffs do ano passado. Ele quase acertou a cesta da vitória no Jogo 1, momento estragado por aquela cesta de 3 espetacular de Manu Ginóbili.

Para o Warriors, excelente negócio. Eles precisavam desesperadamente de um armador reserva após o experimento Jordan Crawford não dar certo, e perderam só jogadores que nem usavam. Blake é rodado, bom arremessador, poderá jogar também ao lado de Steph Curry, e gosta de jogar na velocidade que o Warriors impõe em seus melhores jogos. Sempre bom ter mais de um criador de jogadas no elenco.

Preview 2012/13 – Los Angeles Lakers

Continuamos aqui o melhor preview da temporada já escrito por um blogueiro preguiçoso que deixa tudo pra última hora. Veja o que já foi feito até agora:

Leste: Boston CelticsCleveland CavaliersBrooklyn NetsIndiana PacersAtlanta HawksWashington WizardsChicago BullsOrlando MagicToronto RaptorsPhiladelphia 76ersCharlotte BobcatsDetroit PistonsMilwaukee Bucks e New York Knicks

Oeste: Memphis GrizzliesSacramento KingsDenver NuggetsGolden State WarriorsSan Antonio SpursLos Angeles ClippersPhoenix SunsOKC ThunderMinnesota TimberwolvesUtah Jazz e Dallas Mavericks,  New Orleans HornetsPortland Trail Blazers e Houston Rockets

Até o esperado dia 30 de Outubro, quando teremos a rodada inicial da Temporada 12/13 da NBA, todos os times terão sido analisados profundamente aqui no Bola Presa.

Nesse ano vamos repetir uma ideia de uns vários anos atrás. Ao invés de só comentar as contratações e fazer previsões, vamos brincar de extremos: O que acontecerá se der tudo certo para tal time, qual é seu teto? E o que acontecerá se der tudo errado, onde é o fundo do poço? Em outras palavras, como seria um ano de filme pornô, onde qualquer entrega de pizza vira a trepa do século? E como seria um ano de novela mexicana, onde tudo dá errado e qualquer pessoa pode ser o seu irmão perdido em busca de vingança?

Hoje é dia de falar do time da cidade dos anjos, o Los Angeles Lakers.

 

 

Los Angeles Lakers

 

 

 

 

 

O que me encheram o saco para fazer logo esse Preview do Lakers não tá escrito. A questão é: o que diabos vocês esperem que eu fale aqui? Sério, sem querer estragar o post, mas o Lakers foi o time mais comentado da offseason. Tem esse post aqui sobre a contratação do Steve Nash, esse sobre a chegada do Dwight Howard e até o especial sobre a Princeton Offense, o sistema que deverá ser utilizado pelo Lakers em boa parte dos jogos. Mas tudo bem, tudo bem. Vamos comentar mais do Lakers, apenas tenham certeza de que leram esses posts antes de falar que faltou alguma coisa. Combinado? Posso parar de ser um resmungão ranzinza?

Desculpem pelo mau humor, mas vocês tem que levar em consideração de que estou sob muita pressão. Eu torço para o LA Lakers, meu time se empanturrou de super estrelas e mesmo assim não conseguiu vencer o Sacramento Kings na pré-temporada. Aliás, não venceu ninguém, único time da NBA a passar em branco. E eu sei que esse período de preparação não vale pelos resultados, o que me preocupa mesmo, que acaba com meu humor e que me faz descontar tudo em vocês, leitores, é que mesmo quando o Lakers jogou sério, com todas suas estrelas em quadra, foi um desastre épico.

De todos os jogadores do time, ninguém ficou mais perdido que Steve Nash. Cansei de ver posses de bola onde ele chegou no ataque, pediu um bloqueio e depois não soube o que fazer. O Lakers não tem os espaços na quadra que tinha seu Phoenix Suns, os jogadores não se mexem e Nash acabava tocando a bola no pivô e correndo para o outro lado, onde virava um arremessador à lá Jodie Meeks. Nivelar Nash com Meeks é pra me deixar mal humorado ou não é? Vai ver o Smush Parker nem era tão ruim assim, é que nenhum armador não funciona no Lakers mesmo.

Mesmo com a chegada de Dwight Howard, que perdeu os primeiros jogos da pré-temporada para se recuperar das dores nas costas, a coisa não melhorou. Os melhores lances do pivô foram, para surpresa de todos, com passes de Kobe Bryant, não de Steve Nash. E embora Chuck Hayes tenha dito que enfrentar Howard e Gasol ao mesmo tempo seja “como enfrentar os Vingadores“, eles ainda não conseguiram resultado nenhum. No mesmo jogo que Hayes disse isso, DeMarcus Cousins fez o que bem entendeu com o garrafão do Lakers.

Uma das causas dos resultados ruins foi a falta de velocidade, fluidez e precisão da Princeton Offense. Além de deixar Steve Nash sem função às vezes, o sistema exige movimentação constante e organizada, com todo mundo ainda perdido a coisa ficou feia. O único que se deu bem mesmo foi Kobe Bryant, porque forçou ele a jogar mais sem a bola, algo que há anos eu peço que aconteça. Sem forçar o jogo desde o começo da jogada, mas se posicionando melhor para finalizá-la, ele vira um jogador mais letal.

Não creio que seja hora de descartar o novo esquema tático, cedo demais, mas até para aliviar a pressão sobre o grupo seria uma boa ideia maneirar um pouco mais com ele no começo da temporada. Minha sugestão é até dividir os minutos das 4 estrelas do time para que pelo menos duas delas estejam em quadra o tempo todo.

Assim, Kobe Bryant pode dividir a quadra com Pau Gasol, com quem já se entende muito bem há alguns anos. Podem rodar várias jogadas do triângulo ofensivo que já estão acostumados a usar e com eles podem jogar Chris Duhon, Metta World Peace e Jordan Hill, que se entendeu bem com o espanhol na temporada passada. Depois, quando Steve Nash entrasse, poderia passar mais tempo com Dwight Howard, aí já usando um esquema com mais arremessadores (Antawn Jamison, Steve Blake e Jodie Meeks, por exemplo) e mais baseado em bloqueios e velocidade.

Eventualmente todos os All-Stars vão ter que se entrosar para jogar juntos, vão precisar disso nos Playoffs. Mas essa talvez fosse uma boa saída para tirar pressão e conquistar algumas vitórias no começo da temporada. Quem viu os jogos da pré-temporada percebeu que os inúmeros erros do time no ataque (passaram dos 20 turnovers diversas vezes) virou frustração na defesa, onde a linguagem corporal gritava derrota. Entrosar vencendo é bem mais fácil do que perdendo. E aí vem outra preocupação, como Mike Brown irá lidar com a parte emocional e motivacional dessa equipe? Não acredito em brigas, não combina com Howard, Nash e Gasol, mas será que ele consegue criar uma unidade, um grupo fechado?

 

Temporada Filme Pornô

Ninguém junta tantos grandes jogadores num grupo só para chegar até os Playoffs e ver no que dá. O Lakers é tão pedante que qualquer coisa que não seja título já vai para a categoria de drama. A temporada pornô do Los Angeles Lakers acaba com uma orgia de comemoração ao título! E por que Tori Black para representar o Lakers? Porque ela é a número 1.

Agora, para chegarem até lá o caminho vai ser árduo. Uma temporada perfeita exige Kobe Bryant inteiro, não com as dores no pé que podem o deixar de fora do jogo de estreia, Dwight Howard não pode ter recaídas nos problemas de coluna que exigiram até uma cirurgia. Mas pelo menos Metta World Peace está em ótima forma (muito mais ágil que no ano passado) e sua defesa de perímetro é essencial para eventuais confrontos contra Kevin Durant e LeBron James. 

 

Temporada Drama Mexicano

A chance do time ser incomodado por contusões existe, mas não vou me focar nelas. Drama mesmo será esse time não vencendo, uma segunda humilhação por ter formado um timaço e morrer na praia. Não tem como não comparar o time de Kobe Bryant, Dwight Howard, Pau Gasol e Steve Nash com aquele que tinha Kobe, Karl Malone, Shaquille O’Neal e Gary Payton. E talvez o time desse ano seja mais impressionante, porque naquela época Malone e Payton já não rendiam o mesmo do auge deles. Já Howard e Gasol estão voando, Nash, mesmo vovô, acabou a temporada passada com mais de 10 assistências, 50% de acerto de 3 pontos e 90% de lance-livre de média.

A cobertura da mídia sobre o Lakers já é enorme normalmente, com esse time vai estar em outro nível. Mais ou menos como estava em 2004 no outro Fab Four ou na temporada retrasada, o primeiro ano de LeBron James no Miami Heat. Em comum os dois times tem um vice-campeonato. Não é fácil lidar com a obrigação de vitória.

PS: Guardei a melhor obra mexicana para o meu time. La Reina del Sur. A história de Teresa Mendoza, a noiva de Güero que teve que fugir do México depois de ser jurada de morte pelo cartel de Sinaloa. É drama estilo Lakers: glamouroso e cinematográfico

 

Top 10 – Jogadas do Lakers em 2012

Sixers e Lakers vencem em casa

Ontem assistimos o Boston Celtics do avesso. Sua versão do mundo bizarro onde a Alinne Moraes é feia e as pessoas escrevem comentários inteligentes abaixo das notícias da Folha. Estamos acostumados com um Celtics que começa o jogo com sono, acorda no meio do jogo só para o outro time não deslanchar e aí vence tudo com um 4º período furioso. Foi assim no Jogo 1 contra o Sixers, quando perdiam de 10 pontos no último quarto, lembram? E foi meio assim no Jogo 3 quando só abriram grande diferença no 2º tempo.

Mas ontem não, eles resolveram variar. Deve ser coisa de velho entediado. O Celtics começou o jogo voando. Logo na primeira jogada Paul Pierce recebeu a bola depois de um bloqueio e mandou um arremesso difícil, marcado. Foi só a primeira de uma série de cestas bonitas que o Celtics usou para abrir 18 a 3 nos primeiros minutos de jogo! Não sei se foi a precisão dos verdinhos que assustou o Sixers, mas estávamos diante daquele caso clássico de uma lavada: Um time jogando muito bem, acertando o que geralmente não acerta e o outro errando o mais básico. Culpa e mérito dos dois lados.

Mas aos poucos o Celtics começou a esfriar um pouco. Ray Allen (6 pontos, 2/5 arremessos) não entrou bem no jogo pela milésima vez seguida, Kevin Garnett (9 pontos, 11 rebotes) não foi tão bem como nos outros jogos da série e isso permitiu que os reservas do Sixers colocassem o time de volta no jogo. Não viraram nem nada assim, mas mantiveram a distância na casa dos 8 pontos durante boa parte da partida. Não caiu para menos disso porque sempre que o Sixers fazia aquela cesta de empolgar a torcida, Paul Pierce (24 pontos, 8/13 arremessos) vinha do outro lado para fazer seus pontos. Parecia que ele não queria ganhar o jogo, só cortar o coração da torcida local.

No 2º tempo o Sixers arrasou com o Celtics de vez. Cortou a diferença, virou, segurou tentativas de reação e depois deslanchou nos minutos finais, foi uma atuação fora de série do time de Doug Collins. Mérito quase que exclusivo do banco de reservas do Sixers. Lavoy Allen entrou muito bem no lugar de Spencer Hawes como pivô e além de marcar Kevin Garnett, fez 8 pontos e pegou 10 rebotes (5 ofensivos!). Já Thaddeus Young voltou a jogar bem como na temporada regular. Foi bem na cobertura de Brandon Bass, que tinha arrasado no 1º período, e ainda ajudou no ataque com 12 pontos e 9 rebotes. Vocês lembram que ele é o pontuador mais eficiente da NBA, não? Por fim, Lou Williams, o cestinha-fominha que todo time gosta de ter no banco de reservas, fez mais do que o esperado. Não só marcou 15 pontos, mas também deu 8 assistências. Jodie Meeks também veio do banco para contribuir com 9 pontos e importantes lances-livres no último minuto de jogo.

Quando o Sixers tem Lou Williams atuando bem ao lado dos titulares, o Sixers tem uma formação assustadora para qualquer adversário. Tanto Lou quanto Iguodala, Evan Turner e Thaddeus Young sabem controlar a bola, driblar e atacar a cesta. E foi com essa equipe leve e versátil que eles apertaram a defesa, começaram a forçar erros e sair em velocidade. Não demorou muito para dominarem a partida. O momento chave do jogo foi quando eles empataram o jogo em 79 a 3:11 do final da partida com uma bola de 3 pontos de Andre Iguodala. Rajon Rondo (15 pontos, 15 assistências) fez uma bandeja logo depois disso, mas o Sixers respondeu marcando pontos em todas as vezes que teve a posse de bola até o final da partida! Primeiro com arremesso de Lou Williams, depois com enterrada de Lavoy Allen, arremesso de Iguodala e, fechando o caixão, outra bola de 3 pontos de Iggy, que abriu 88 a 83 a 36 segundos do fim do jogo. Aí foi só Meeks fazer os lance livres para não dar chance de virada.

A série agora está empatada em 2 a 2 e os dois times já ganharam dentro e fora de casa. Como vocês sabem, não acho que os últimos minutos e quartos de jogo sejam tão mais importantes que os demais, já escrevi sobre isso. Mas nessa série em especial, com duas defesas são boas, 3 dos 4 jogos foram decididos no último minuto. Prevejo mais jogos onde os times demoram 3 períodos para se ajustar um ao outro, e aí vence quem for melhor no finalzinho. Então nada de faltas de ataque, Sr.Garnett!

 

Em outra série, o Los Angeles Lakers aprendeu na marra esse negócio de saber fechar jogos. No Jogo 2 havia conseguido marcar muito bem o Oklahoma City Thunder, mas não adiantou nada já que jogaram no lixo a vantagem de 7 pontos em pouco mais de 1:30 de jogo. E, que fique claro, culpa das bolas perdidas por Kobe Bryant e não porque o arremesso da vitória caiu na mão de Steve Blake. Para quem perdeu os comentários no Twitter daquele jogo, algumas curiosidades: O Lakers já havia feito jogada idêntica àquela durante a temporada. Na ocasião o Lakers empatava com o New Orleans Hornets fora de casa. Metta World Peace tocou para Kobe, que errou o arremesso. O time ganhou apenas no tempo extra. Dá pra ver a jogada na marca de 1:45 do vídeo abaixo.

Já esse é o vídeo da jogada do Jogo 2

A principal diferença é que Kobe não fica tanto tempo preso nos bloqueios, assim chega na posição onde deve receber o passe mais rápido, não deixando Metta Artest com pânico de estourar os 5 segundos sem colocar a bola em jogo. Mas tem outra coisa também, Jarrett Jack fica grudado em Ramon Sessions enquanto os dois pivôs fazem os bloqueios para Kobe, ou seja, não tem outra opção de passe. No jogo contra o Thunder, Russell Westbrook dorme no ponto e Steve Blake aparece absolutamente livre para o chute. Algo de errado em passar para um arremessador de 3 sem marcação? Não, principalmente quando Kobe estava bem marcado. No mínimo instante que Kobe está em posição para receber, Artest já estava passando para Blake. Faltou velocidade para Kobe ou paciência para Artest? Um pouco dos dois, mas não foi um desastre dar a bola para o armador.

Bom, mas isso foi o Jogo 2. Ontem foi o 3º da série, em Los Angeles. O time da casa começou melhor, estilo Celtics contra o Sixers, mas só durou até James Harden (21 pontos) entrar no jogo. Esse puto barbudo está arrasando com o meu time! Quantas cotoveladas na nunca ele precisa para parar de jogar tão bem? A marcação do Lakers nos bloqueios melhorou bastante a partir do jogo passado, os pivôs estão saindo com tudo para cima de Harden, Westbrook e Durant, deixando os pivôs que fazem o bloqueio completamente livres. Está dando certo com Westbrook (21 pontos, 7/18 arremessos), que tem evitado forçar jogadas e só tem 2 (DOIS! DOIS!) turnovers em toda a série, está dando relativamente certo com Kevin Durant (31 pontos), que pelo menos arremessando em situações mais difíceis. Mas com Harden… ele é rápido, costura os pivôs, ataca a cesta na hora certa para cavar faltas. Conseguindo chegar sempre na linha de lances-livres ele continua marcando pontos até quando seu arremesso não está caindo.

Essa pequena adaptação já colocou o Lakers de volta na série, somado a isso o time está jogando num ritmo mais lento, como fez contra o Denver Nuggets, e assim favorecendo mais os seus pivôs. O Thunder ainda consegue fazer seus pontos e chegou a liderar em vários momentos, ataque nunca vai ser problema pra eles. Mas a adaptação forçou que eles fossem obrigados a usar mais os seus pivôs, que não são tão habilidosos como o trio citado acima. Reparem como várias vezes o Lakers dobra a marcação sobre Durant nas infiltrações e ele acha Perkins ou Ibaka livres, mas eles erram. No Jogo 2 consigo lembrar de uns 2 ou 3 passes errados entre Ibaka e Perkins, que são o oposto de Pau Gasol e Andrew Bynum em termos de entrosamento ofensivo. Ontem a jogada mais óbvia foi um lindo passe de Durant para Perkins que, ao invés de só enterrar, foi bater a bola no chão e se embananou todo. Eles defendem muito bem, mas no ataque são fracos.

Próximo passo para o Lakers? Não entregar o jogo nos minutos decisivos. Mais uma vez o Lakers errou no fim, com roubo de bola de Westbrook sobre Kobe, mas souberam corrigir logo depois. Kobe devolveu o favor ao cavar falta malandra sobre o armador do Thunder no minuto final de jogo, logo depois que o Lakers fez o que deve fazer o tempo inteiro: garantir rebotes de ataque. Foram dois rebotes ofensivos em erros de Kobe até o Black Mamba cavar a falta e virar o jogo nos lances-livres.

Após essa virada vimos mais um exemplo do que citei acima. O Lakers se matou para fechar a porta para os pontuadores do Thunder, que foram obrigados a ver Serge Ibaka (8 pontos, 4/10 arremessos), relativamente livre, tentar o arremesso da vitória. Errou. O Thunder teve mais uma chance depois, quando o Lakers decidiu não fazer falta mesmo liderando apenas por 3 pontos. Um erro tático, mas ético, que eu adoro. Pau Gasol saiu bem para contestar o arremesso de Durant, que deu aro. Depois Serge Ibaka tentou uma bandeja estúpida: com poucos segundos no relógio e o time perdendo por 3, pra que tentar só 2? Ainda tomou toco de Bynum.

O Lakers precisou de ótima defesa, Steve Blake (12 pontos, 4/5 arremessos) inspirado, Ramon Sessions (12 pontos, 4 assistências) atacando a cesta  como nunca antes na sérierebotes de ataque (12),  Kobe Bryant decisivo (36 pontos, 14 no último período mais 7 rebotes, 6 assistências) e 12 rebotes de ataque da equipe. Tudo isso para ganhar no sufoco. O Thunder tem mais time, mais recursos e mando de quadra, mas o Lakers aprendeu o caminho. Bizarramente, o Jogo 4 é hoje! Back-to-back nos Playoffs? Coisas que só o locaute e o Clippers entupindo os horários do Staples Center podem oferecer.

Preview – Semi-finais do Oeste

Para quem não lembra, aqui está o post com o Preview das Semi-Finais do Leste. Mas agora vamos para a Conferência que importa de verdade.

 

Oklahoma City Thunder x Los Angeles Lakers

O que o Thunder precisa fazer para vencer:

É bem simples, eles precisam pegar todas as fitas VHS onde gravaram os jogos da série Denver Nugget e Los Angeles Lakers e imitar o time de George Karl do começo ao fim. Com um elenco mais limitado o Nuggets ficou a 10 minutos da classificação, o Thunder, com Kevin Durant, Russell Westbrook e James Harden, não deve ter tantos problemas para isso.

Falei da imitação de brincadeira, mas na hora de ver o jogo vai parecer que é verdade. O Thunder e o Nuggets tem várias semelhanças: Se o Nuggets é o time com ritmo de jogo mais veloz da NBA e que mais faz pontos de contra-ataque, o Thunder é colocado em ambas as categorias. E fica mais feio para o Lakers: Eles não estão atrás do Nuggets porque são piores nisso, mas sim porque não dependem tanto da velocidade e dos contra-ataques para pontuar, o time é mais completo e se o

S157-S163 though older alternatives advair 150 50 etching especially effective perfume best generic viagra but of daughter glance buy cheap erythromycin burned. The when sulcrafate for sale without rx year very using trust http://www.albionestates.com/5mg-cialis-lilly-online.html handles etc It order doxycycline hyclate from canadian and with on http://www.albionestates.com/buy-straterra-online.html This left therapy you travel how to get real viagra you, dollars one. Actually, http://www.leviattias.com/generic-viagra.php ve photo my buy propecia online asia effect clean pressure metformin without prescription face, in, was.

adversário pede menos velocidade, podem vencer mesmo assim.

Querem sacar o poderio ofensivo do Thunder? O site SynergySports divide os ataques da NBA em diferentes grupos de jogadas, entre elas estão algumas como isolações, pick-and-roll (dividido entre os arremessos feitos por quem conduz a a bola e outra por quem faz o bloqueio), off screen (quando alguém sai de um bloqueio para realizar o chute) e hand off (a jogada onde um jogador deixa a bola na mão do outro para a finalização, geralmente já fazendo um corta-luz), entre outras. Dessas que eu citei, o Thunder só não tem o melhor aproveitamento da NBA inteira no pick-and-roll finalizado por quem faz o bloqueio. No resto eles ganham com folga.

Então o que o Thunder precisa fazer para derrotar o Lakers? Só continuar sendo um dos ataques mais mortais da NBA, porque exatamente no que eles são bons o Lakers tem dificuldade de defender. O post-up, a jogada que o Lakers melhor sabe defender, aquela que o atacante faz a jogada de costas pra cesta, é a pior arma ofensiva do Thunder e, logo, a menos usada (6,5% dos ataques). E se no ataque o Thunder tem tudo para enfiar pontos a rodo no Lakers, na defesa eles tem a 3ª melhor marca defendendo o tal post-up, jogada que o Lakers lidera a NBA. Os adversários costumam acertar apenas 37% dos chutes nessa situação contra o Thunder. A contratação de Kendrick Perkins e a constante melhora de Serge Ibaka transformou muito o time nesse aspecto e foram feitos para derrotar o Lakers: Perkins tem a força para parar Bynum e Ibaka a agilidade para perseguir Gasol mais longe do garrafão.

Todos os números e características de jogo indicam uma série tranquila para o Oklahoma City Thunder. Para irem à Final do Oeste é só não se desesperar, manter a cabeça no lugar em um dia que a bola não esteja caindo e não tentar inventar demais, o jogo deles já encaixa direitinho com o do Lakers.

 

O que o Lakers precisa fazer para vencer:

Como dito acima, tudo indica vantagem para o Thunder. Eles são bons em tudo o que o Lakers tem dificuldade de defender e são bons defendendo a principal arma do time de Mike Brown, o uso dos pivôs Andrew Bynum e Pau Gasol de costas para a cesta. Na temporada regular o Thunder venceu 2 dos confrontos contra o Lakers, no único que perdeu foi aquele em que Metta World Artest tirou James Harden do jogo com uma cotovelada na nuca. E mesmo assim o Lakers precisou de bolas milagrosas, atuação maravilhosa de Jordan Hill e duas prorrogações para vencer.

Se tem uma coisa que o Lakers é realmente bom e o Thunder não tem muita resposta são os rebotes. É nisso que Mike Brown deve apostar todas as suas fichas. Primeiro garantindo os defensivos, impedindo que o Thunder ganhe posses de bola extras, já basta o estrago que fazem com uma só. O Lakers é o melhor time da NBA em rebotes de defesa e o Thunder o 10º nos de ataque. Precisam ter muita atenção com Serge Ibaka, que pega 3 rebotes de ataque por paritda e com Russell Westbrook que, com 1.5 rebotes de ataque por jogo, é um dos melhores armadores da NBA no quesito.

Do outro lado o Lakers precisa dar o troco. Eles são a melhor equipe da NBA em rebotes de ataque e enfrentaram apenas o 23º colocado em rebotes defensivos. Sinceramente, não existe outra coisa em um jogo de basquete que o Lakers esteja tão a frente do Thunder atualmente. O OKC acaba não sendo muito bom também em defender as situações de Spot-Up, aqueles arremessos onde o jogador se posiciona no perímetro e só pega e chuta. A estratégia deles se foca mais em marcação individual e dobrar jogadores de garrafão perigosos, por isso os arremessos se abrem. Mas para o Lakers se aproveitar disso só se Steve Blake e Metta Artest estiverem com mão pegando fogo como estiveram no Jogo 7 contra o Nuggets. Dá pra esperar isso pelo menos por uns 4 jogos na série inteira? Complicado, mas é a única esperança.

Para a estratégia dos rebotes dar certo, o Lakers precisa também forçar erros de arremesso. Para isso precisam encontrar os matchups ideais na defesa. Na série contra o Nuggets, Ty Lawson só parou de castigar o time quando Kobe Bryant o defendeu, mas será que funciona contra o mais alto Russell Westbrook? E a defesa física de Metta Artest vai fazer Kevin Durant fazer menos de 30 pontos pelo menos? E quem fica com James Harden, o especialista em usar bloqueios para infiltrar, como era Lawson? Talvez Matt Barnes, mas onde fica Ramon Sessions na brincadeira? Quanto mais cedo Mike Brown descobrir a formação que mais incomoda o Thunder, mais chances o Lakers tem. Vai ser difícil pra caralho e não dá pra confiar só que Kobe Bryant faça milagres, o basquete não é mais aquele show de mano a mano que já foi muitos anos atrás.

 

San Antonio Spurs x Los Angeles Clippers

O que o Spurs precisa fazer para vencer:

O Clippers é um time que joga mais na empolgação do que com técnica na defesa. Como melhor ataque da temporada e melhor movimentação de bola da NBA, não vejo como o Spurs pode ter dificuldade em pontuar nessa série. Claro que o revezamento entre Blake Griffin, DeAndre Jordan e Reggie Evans sobre Tim Duncan não vai ser fácil de aguentar fisicamente, mas na técnica nenhum deles tem chance contra o veterano sem expressões faciais.

Mas mais importante do que isso, o Spurs tem ótimos arremessadores de longa distância, especialmente da zona morta. O time já é um dos melhores da NBA nesse tipo de arremesso e nos 3 jogos contra o Clippers na temporada (2-1 para o Spurs), o time de Gregg Popovich acertou 48% de seus arremessos dos cantos da quadra, 6% a mais do que sua já boa média. As bolas da zona morta nem sempre recebem o valor que merecem, mas esse é o arremesso que mais abre espaços no basquete. Obrigar um defensor a sempre cuidar dessa bola é abrir espaço para jogo de garrafão, infiltrações, jogo de dupla no meio da quadra, qualquer coisa. É por isso que o Spurs tem tantas opções de jogadas e espaço para trabalha-las.

Com Duncan, bolas de 3 pontos, entrosamento, bom passe e Tony Parker e Manu Ginóbili comandando as infiltrações eu acho que o Spurs já bate o Clippers com folga, a coisa só se complica caso eles defendam muito mal. Não apostaria nisso, mas é perigoso que o Spurs não vai muito bem em algumas jogadas que o seu adversário é mestre: As isolações e o pick-and-roll finalizado pelo armador. São as duas principais jogadas de Chris Paul, assim como de seus reservas Eric Bledsoe, Mo Williams e Nick Young. Se essas situações começarem a dar muitos problemas para o Spurs, Gregg Popovich terá que fazer alguns ajustes. E como ele é um dos melhores da história em fazer ajustes táticos dentro de um jogo, os torcedores do Spurs não precisam se preocupar tanto assim.

 

O que o Clippers precisa fazer para vencer:

Apesar de ter dificuldades em defender o pick-and-roll e as isolações, o Spurs geralmente não permite que façam pontos sobre eles em bandejas. Eles tem o hábito de fechar a porta para todo mundo embaixo da cesta e forçar que chutem arremessos curtos. Tanto Chris Paul como Bledsoe, Mo Williams e Nick Young tem esse arremesso e precisam ficar calibrados durante toda a série para que se mantenham no jogo.

Outro ponto forte do Spurs é seu banco de reservas, eles não diminuem o ritmo de jogo ou sua qualidade durante todos os 48 minutos de partida. Para o Clippers não se ver correndo atrás do placar o tempo todo, precisarão que em toda a série os reservas joguem bem como o fizeram no Jogo 7 contra o Memphis Grizzlies. O problema é que Manu Ginóbili costuma enfrentar os reservas adversários, será que Kenyon Martin consegue marcá-lo no perímetro como fez contra Rudy Gay? Se além de Martin, Caron Butler marcar bem Ginóbili e se Chris Paul fizer Tony Parker não parecer um jogador de NBA Live, o Clippers tem alguma chance de levar o jogo. E falar isso é umas 100 mil vezes mais fácil do que fazer por uma posse de bola sequer.

Outro duelo interessante vai acontecer nos rebotes. O Clippers é muito bom nos rebotes de ataque e o Spurs é o melhor da NBA nos de defesa. Os pontos de rebote ofensivo podem ser a maneira de colocar Blake Griffin e DeAndre Jordan na partida ofensivamente, os dois costumam pontuar em pick-and-rolls, mas se o Spurs não é bom defendendo o armador nessas jogadas, é um dos melhores impedindo que o pivô que fez o bloqueio conclua o lance. Considerando a falta de técnica do garrafão do Clippers, é algo bem preocupante. Mais que malabarismos sobre Duncan, o Clippers precisa que Griffin faça bons bloqueios e brigue pelos rebotes de ataque, só assim para ser mais do que um coadjuvante de luxo na série.

Sixers perto da vitória, Steve Blake matador

Vale a pena chegar em casa 10 da noite e fazer o resumo do domingo? Não vale, mas quero fazer algo enquanto vejo de canto de olho o Spurs massacrar o pobre Jazz. Devem estar arrependidos de ter lutado tanto pelos Playoffs, não?

Bom, nesse domingo tivemos o Jogo 4 da série entre Philadelphia 76ers e Chicago Bulls. Sim, nessa ordem, com o Sixers na frente. O time de Doug Collins abriu 3 a 1 na série e podemos ter um 8º colocado batendo o 1º de uma conferência pelo 2º ano seguido. Seria apenas a 5ª vez na história e a 2ª em temporadas com locaute (!). Sem Derrick Rose desde o Jogo 2 e agora sem Joakim Noah, com o tornozelo ODENizado, o Bulls virou, como dizer… o Sixers. Assim como o Phila, o Bulls virou um time de defesa feroz, obediência tática, mas nenhuma estrela. Sem Rose e Noah durante toda uma temporada não duvido que o time tivesse campanha idêntica ao do seu adversário de ontem.

O resultado disso foi um jogo muito parelho. Omer Asik começou como pivô titular, mas suas qualidades não batiam com o que o Bulls precisava. Ele é ótimo marcando caras enormes embaixo da cesta, mas seu adversário, Spencer Hawes, é um daqueles estranhos pivôs brancos americanos que adoram chutar de longe. Tentou 11 arremessos, fez 9, boa parte deles de longe, e acabou com 22 pontos. O Bulls voltou para o jogo quando Taj Gibson (14 pontos, 12 rebotes) foi atuar ao lado de Carlos Boozer no garrafão, também melhorou quando Kyle Korver foi para quadra. E estranhamente vivemos uma era em que Korver joga minutos importantes a frente de Rip Hamilton e Ronnie Brewer por causa de sua defesa e movimentação, não pelos arremessos! Tá tudo errado.

No fim das contas o jogo foi tão disputado que só foi decidido nas posses de bola finais. E se o Sixers penou a temporada inteira em jogos apertados, o Bulls ficou sem sequer saber o que fazer sem poder entregar a bola nas mãos de Rose ou na cabeça do garrafão para Noah. O Sixers conseguiu boa movimentação de bola para cavar faltas e resolver o jogo em lances-livres, já o Bulls empacou no ataque e teve que contar apenas com jogadas forçadas de CJ Watson (17 pontos, 5/18 arremessos). Na única vez que tentaram com algum sucesso uma jogada diferente, Carlos Boozer deixou a bola escapar de suas mãos. Quando a fase é ruim…

 

No segundo jogo da rodada, o Miami Heat pegou o New York Knicks num dos jogos mais feios dessa pós-temporada. E não falo isso pelo placar baixo e defesas fortes, isso às vezes é até bem bonito, mas os dois times estavam desorganizados, errando bolas que não deveriam, sem qualquer precisão nos arremessos de 3 pontos mesmo quando ficavam sem marcação. Mais feio que o jogo só a contusão do Baron Davis, à la Shaun Livingston. Fora dos Playoffs, do próximo ano inteiro e talvez sem mais carreira na NBA. Sem Jeremy Lin, ainda machucado, podemos ver Mike Bibby sendo titular por um time relevante nos Playoffs pelo 3º ano seguido. É pouca zoeira?

O jogo foi salvo pelo seu final. O eterno Mike Bibby acertou uma bola de 3 e colocou o Knicks na frente, logo LeBron James (27 pontos) acertou uma bola de 3 em uma jogada bem legal que o Heat copiou do Boston Celtics e empatou o jogo. Pra não ficar barato Melo foi lá e fez a sua também. No ataque seguinte do Knicks, Anthony tentou jogada igual e o juiz deu uma falta de Shane Battier no chute de longa distância. A cara de Melo durante o arremesso, lamentando o erro, deda que não foi nada. Como a bola não mente, Melo errou 2 dos 3 lances-livres, deixando a vantagem em 4. Foi então que o amarelão LeBron James deu um giro lindo, sofreu falta de Tyson Chandler e fez uma bandeja-gancho de esquerda. Muito amarelão. Por fim, após Amar’e Stoudemire (20 pontos) acertar apenas 1 de 2 lances-livres, o Heat teve a chance de empatar ou virar na última bola. Dwyane Wade (22 pontos) tentou infiltrar, mas ótima cobertura de Landry Fields o forçou a recuar, tentar uma bola de 3 pontos e errar. UFA! Teremos um jogo 5.

Eu imaginava que a série seria mais apertada porque imaginava o Knicks jogando assim sempre. Carmelo Anthony inspirado (fez 40 pontos ontem!), Amar’e Stoudemire fazendo com a mão inteira o que fez ontem com a mão esfacelada e defesa impedindo as infiltrações do Heat no último período. Tudo isso com o Knicks superior nas bolas de longa distância. Quando aconteceu o Knicks venceu, mas foi tão pouco até agora que é difícil imaginar a série indo muito longe. O que, claro, não impediu o Twitter de pérolas do tipo “Agora é só ganhar lá em Miami, garantir mais um jogo em casa e teremos um jogo 7 épico”. Aham, uma vitória suada no último segundo do time que tem o Bibby titular nos enche de esperança!

 

No jogo seguinte, uma surpresa. O que diabos Al Horford estava fazendo em quadra?! Eu não fico lendo os jornais de Atlanta pra me manter informado, mas isso era esperado? De qualquer forma, não adiantou muito. Ele foi até que bem (12 pontos, 5 rebotes em 20 minutos) pra alguém que não deveria ter conseguido voltar de contusão nessa temporada, mas o Celtics deu uma surra logo de cara e matou a parada. Josh Smith e Al Horford meia bomba não são páreos para um Paul Pierce (24 pontos) com espírito de Playoff. Rajon Rondo (20 pontos e 16 assistências) também foi bem, e não só numericamente dessa vez, que fique claro. 101 a 79 na lavada do dia.

No último jogo, emoção até altas horas da madrugada com Serginho Groisman e Los Angeles Lakers e Denver Nuggets. Mas no fim deu o óbvio, o previsível: O Lakers venceu com uma bola de 3 decisiva de Steve Blake. Quantas vezes isso já não aconteceu, certo? Apesar do Lakers ter comandado o ritmo e velocidade do jogo por boa parte dos 48 minutos, o Nuggets estava conseguindo se manter perto. Eventualmente puxavam seus contra-ataques, Danilo Gallinari (20 pontos) finalmente fez um bom o jogo e Andre Miller (15 pontos) deixou o ataque de meia-quadra deles mais decente.

Mas no fim da partida o Lakers ganhou por ter menos ansiedade e mais precisão. Primeiro, quando o Nuggets perdia por 2 pontos a 1:06 do fim, Gallinari poderia ter virado com uma bola de 3 pontos, mas pisou na linha e só empatou. Logo depois o mesmo Gallinari tentou cavar uma falta idiota em um bloqueio de Pau Gasol, os juízes não marcaram, o Lakers movimentou muito bem a bola e com um defensor fazendo o Valdívia no chão, não demorou até alguém ficar livre: Ramon Sessions (12 pontos) de 3 abriu vantagem. Na jogada seguinte Andre Miller poderia ter conseguido uma importante cesta, mas na pressa acabou indo atrás do rebote ofensivo muito cedo e encostou na bola quando ela ainda estava sobre o aro. Interferência ofensiva e bola do Lakers, que matou o jogo na jogada seguinte: Kobe infiltrou, a defesa fechou e ele encontrou Blake (10 pontos) livre para matar de 3 pontos.

Esse fim de jogo perfeito do Lakers mostra duas coisas: (1) O time é melhor quando arma jogadas do que quando só isola Kobe (22 pontos, 6 assistências) e espera milagres. (2) A defesa espera milagres de Kobe e por isso vai dar toda a atenção do mundo para ele, quem tiver esse espaço precisa aproveitar. Ontem Sessions e Blake foram precisos, mas ao longo da temporada jogadas semelhantes aconteceram e só amassaram o aro. Nessa série mesmo não lembro quantas vezes a defesa fechou toda em cima de Kobe ou Bynum e Matt Barnes, livre, era incapaz de acertar um arremesso simples. Posso meter medo na torcida do Lakers e dizer que eles dependem de uma boa série de Steve Blake para bater o Thunder? É isso, falei.

Nos dois jogos em Denver o Nuggets mostrou como tinha um estilo que poderia bater o Lakers. O time é destruidor nos contra-ataques e a dupla Kenneth Faried e JaVale McGee pode incomodar muito o garrafão adversário. Se não são melhores, basta alguns tocos e bons rebotes para que Ty Lawson agradeça enquanto corre como um desesperado. Eu apenas esperava que no ataque de meia quadra Danilo Gallinari e Al Harrington pudessem fazer mais estragos, se isso acontecesse acho que a zebra seria possível. Com 3-1 contra não dá mais.

>Para quem vier

>

Miguxos

Deu Lakers num jogo mamata que foi dominado desde o primeiro segundo. Dica: ganhou o time que pegou mais rebotes (algo me diz que o Denis já desconfiava que isso fosse acontecer). Depois de tanta gente ter certeza absoluta de que o Celtics ia ganhar fácil a série, depois gente com certeza de que o Lakers ia ganhar fácil a série, depois com certeza de que o Celtics ia levar no Jogo 6, vou me dar o maravilhoso direito de ignorar qualquer mané que alegue certeza de que Lakers ou Celtics vão vencer essa Final. Certeza mesmo, a gente só tinha que Kendrick Perkins e Rasheed Wallace seriam eventualmente suspensos por estourar o limite de faltas técnicas. Era inevitável, bastava tomar uma e o Perkins, líder em faltas técnicas da NBA, estaria fora, e eram 6 jogos para isso acontecer. Doc Rivers disse que não tinha como escapar, que em algum momento da série iria acontecer e ele teria que lidar com isso. Não aconteceu.

Também me dou o direito, depois de ver tantos fãs dos dois times afirmando indignados que foram roubados pela arbitragem – às vezes no mesmo jogo um fã de cada lado era capaz de se dizer assaltado – de mandar todo mundo ir catar coquinho. Defesa, má pontaria e rebotes, rebotes, principalmente os rebotes, influenciaram muito mais do que qualquer carinha sendo ruim com um apito na boca. Agora é aquele momento em que você simplesmente senta, assiste e admira – aconteça o que acontecer. De preferência, nem torça. Seria como torcer diante do Grand Canyon, de um quadro de Picasso ou da Alinne Moraes. Depois de uma temporada imensa (que, como sempre repetimos, é longa demais, precisava ser menor), uma dura pós-temporada e uma série final com 6 jogos, o que sobra é o espetáculo. A gente resmungou da falta de qualidade de algumas séries, da disparidade técnica de alguns times (Hawks, cof, cof), mas agora fomos presenteados com o melhor jogo que poderia acontecer na temporada. Mesmo se for um lixo, tá valendo: pelo menos ele aconteceu.

Kevin Garnett, Ray Allen e Paul Pierce merecem esse título. Será, provavelmente, a última chance de cada um dos três conseguir mais um anel (o Rondo vai ter a vida inteira para colecioná-los). Ser campeão duas vezes, com um intervalo de apenas uma temporada entre elas – onde haverá para sempre um asterisco dizendo “Garnett se contundiu” – colocará os três devidamente na história, e dará especialmente ao Garnett a munição necessária para enfrentar as próximas 4 décadas de comparações com o Tim Duncan. Talvez, com sua carreira consagrada por dois campeonatos em Boston, a história resolva se lembrar melhor de seus tempos espetaculares no Wolves, bater as palmas merecidas e salvar uns vídeos de YouTube para os nossos filhos. Ele aguentou tanta merda, caladinho, sem jamais pedir para ser trocado, que apenas um título parece prêmio de consolação, não o sucesso que merece. Mesma coisa com Paul Pierce, que será lembrado pelos torcedores do Celtics principalmente pelos times horríveis que ele conseguiu classificar para os playoffs quando estava no seu auge, tão desperdiçado com um elenco que não decidia se reconstruia ou se continuava. Outro anel em Ray Allen, por sua vez, lhe permitiria figurar também fora dos livros de recordes, onde temo que ele fique esquecido para sempre na pagininha das bolas de trêss.

Kobe, Gasol e Artest merecem esse título. Terão outras chances de ganhar um anel, é verdade, mas a imagem dos três sofrerá muito com a derrota. Gasol foi o líder de um Grizzlies que classificava para os playoffs mas que nunca ganhou um jogo sequer na pós-temporada, dando-lhe a fama de “soft”, fracote, amarelão. Já perdeu um campeonato para o Celtics e seu jogo físico, e uma derrota agora pode causar uma terrível amnésia na população da Terra, de modo que esquecerão como o Gasol não tem mais medo do contato e é o melhor jogador de garrafão da atualidade. Artest fez de tudo nessa temporada para deixar para trás a fama de presepeiro, e todos nós sabemos que sua fama (e os times sem resultado em que jogou) nunca permitram que fosse aplaudido como o incrível jogador que é, perdendo espaço para defensores piores só que mais bem comportados. Kobe, por sua vez, precisa desse anel para diminuir o ódio de tantos torcedores indignados com as comparações entre ele e os melhores de todos os tempos. Ninguém entende que ele pode ser, que talvez seja, e que deveríamos estar aproveitando essa oportunidade. Já vejo na minha frente a quantidade de textos e comentários sobre o Kobe feder por não conseguir decidir um Jogo 7 como “você sabe quem” faria.

Às vezes acontece de um time estar enfrentando outro menos qualificado, ou que não precisa tanto do título, que é meio cagado, só tem uma estrela, venceu por contusão do adversário. Não é o caso aqui. Por isso, se o seu time vencer essa série, resista à tentação pós-esporro de diminuir o adversário, chamar o Garnett de amarelão, o Gasol de “soft”, o Kobe de “falta-arroz-e-feijão”. Todas essas estrelas, mais do que merecerem o título, precisam dele. Vai ser triste o bastante ver que alguém não vai levá-lo pra casa.

Pra quem acompanhou toda a temporada aqui no Bola Presa, com tantos posts enormes, piadinhas infames, análises, números e uma dedicação desgraçada, esse Jogo 7 vai ser um prêmio para todos nós: os leitores, que acompanharam com afinco esperando apenas esse momento; e a gente, que escreveu como uns condenados esperando aquele delicioso momento final do último post da temporada.

Para comemorar e esperar a final, que começa amanhã às 22h, não se esqueça de participar da promoção Bola Presa/adidas. São 7 prêmios diferentes: 3 camisetas do Lakers, 3 camisetas do Celtics e 1 camiseta especial das Finais. Veremos quantos ganhadores teremos dependendo de quantos participantes teremos na promoção. Lembrem-se que para participar você deve mandar uma foto relacionada com NBA ou as finais, então pegue sua câmera, seu celular, sua tia gorda que comprou aquela puta câmera digital só pra se exibir, ou então pegue uma foto pronta na internet e edite no Paint, não importa, apenas participe. Vocês tem até o final do Jogo 7 para participar! Em breve, teremos os vencedores. E também, o que é mais importante, finalmente um campeão dessa temporada da NBA. Já estou triste pelos perdedores, mas eufórico pela chance de ver esse espetáculo. Obrigado, deus do basquete que nos assustou com uns joguinhos bem fajutos: temos um Jogo 7. É como diria o menininho-ex-fã-de-Restart: “Sério!”.

>Os rebotes vão decidir

>

Rebote: basquete-arte

Quando tudo parecia mudado, eis que bastou uma ou duas partida pra gente voltar dois anos na máquina do tempo. Até daria pra começar o post dizendo que não é só no Brasil e não é só no futebol que não se tem memória, que é tudo presente, mas isso não vem ao caso. O que acontece é que qualquer reação, até as mais exageradas, são motivadas por acontecimentos reais.

Estou falando, claro, de todas as declarações de que o Lakers é um time que não consegue fazer frente ao jogo físico do Celtics. Que o Lakers é, no termo usado à exaustão nos EUA, um time ‘soft’. Algo que a gente aqui no Brasil, sem a mesma delicadeza, chamaria de “fresco” ou “de mulherzinha”. No site da NBA já vi pelo menos uns dois ou três colunistas dizendo que o legado desse time do Lakers está em jogo nos próximos jogos, que perdendo essa série será como atestar que não mudou nada desde 2008 e que o time ainda é muito fresco e sempre vai perder para times que joguem com mais força física, com mais vontade, que vão para o contato físico.
Eu concordo apenas em parte com isso. Não acho que o Lakers está perdendo por causa de falta de vontade ou porque o Celtics é um time com mais raça. Acho que o Celtics tem a vantagem de 3 a 2, antes de mais nada, porque jogou 3 jogos em casa contra só 2 do Lakers. E depois disso, por mais uma única e simples razão: rebotes. Em especial os rebotes ofensivos.
Os rebotes tem sido decisivos nessa série. Em todos os cinco jogos, quem teve mais rebotes venceu o jogo e em 4 dos 5 jogos (sendo o último jogo a exceção) quem teve mais rebotes ofensivos levou a partida também. O jogo passado pode ter sido uma exceção porque o Celtics teve um aproveitamento ofensivo estranho, por um lado passou boa parte do jogo acertando mais de 60% dos seus arremessos, por outro cometeu o maior número de turnovers nessa série. Ou seja, ou era cesta ou era erro, sem chance para rebotes de defesa ou ataque.
Ao contrário de 2008, o Lakers tem sim um time muito físico e que joga bem na defesa, o que forçou o Celtics a um aproveitamento baixo nos 4 primeiros jogos, e o Celtics é bem conhecido por sua defesa, também forçando o Lakers a jogadas forçadas. O resultado de jogos assim são partidas com muitos rebotes e quem tem controle deles tem mais chance de arremesso, o que é essencial quando o aproveitamento é tão baixo.
No primeiro jogo Andrew Bynum e Pau Gasol tomaram conta do garrafão, mas nos últimos jogos a combinação de Perkins e Garnett nos rebotes defensivos e Glen Davis e Rajon Rondo nos ofensivos está matando o Lakers. E é o domínio dos rebotes que impulsiona questões essenciais no esquema de jogo das duas equipes: só com os rebotes de ataque o Lakers consegue dominar o garrafão e só com os rebotes de defesa o Celtics consegue puxar contra-ataques rápidos.
A principal mudança na questão dos rebotes que fez o Celtics parecer o melhor time da série nos últimos jogos foi que o Doc Rivers mandou todo mundo atacar os rebotes de ataque em qualquer jogada. Mesmo os rebotes em que o Lakers parece ter domínio aparece alguém do Celtics lá para pular junto, tentar um tapinha pra fora ou até um roubo. Nem sempre dá certo, mas quando dá é uma posse de bola a mais, o que tem feito a diferença numa série que tem, depois de 5 jogos somados, um placar de 464 para o Celtcis a 462 para o Lakers. Nada mal uma diferença de 2 pontos depois de 240 minutos de jogo, hein?
Esse ataque aos rebotes do Lakers também força o Lakers a perder tempo. São vários segundos de posse de bola perdidos na luta pelo rebote, na conquista do espaço e no passe para o armador começar a jogada. Isso complementa bem a defesa agressiva do Celtics, que força o Lakers a sair do garrafão para pegar a bola. No jogo passado não foi raro ver o Lakers começar a montar sua jogada com apenas uns 14 ou 12 segundos sobrando no relógio de 24 segundos. Com tão pouco tempo para enfrentar uma defesa tão forte foi quase impossível colocar Gasol e Bynum em situação de cesta, obrigando o Kobe a arremessar mais do que o normal e sempre em situações que ele não gostaria de arremessar.
Mas como ele é um extraterrestre que usou seus talentos de outro planeta para se infiltrar no nosso povo e nos influenciar sendo um ídolo do esporte, o Kobe foi retardado o bastante para marcar 19 pontos só no terceiro período e impedir o Lakers de ser destruído pelo Celtics. Um período de 19 pontos em uma situação normal significaria vitória do Lakers, em um jogo em que o ataque não conseguia nada, serviu só para segurar a diferença na casa dos 8 pontos.
Esse ataque aos rebotes de ataque, por fim, anula também o jogo de transição do Lakers. Ele não é mortal e veloz como o liderado pelo Rajon Rondo do outro lado, mas com um ritmo mais moderado é capaz de criar as situações ideais para o ataque do Lakers. É na saída rápida que o Gasol se estabelece mais perto da cesta, que saem as pontes-aéreas para o Bynum ou que o Odom mostra o seu lado mais criativo e pontuador.
Não quero tirar a importância das chamadas “hustle plays” que todo mundo está comentando na imprensa americana, dando a vantagem para o Celtics. Essas jogadas são aquelas ganhadas na raça, na vontade: uma bola no chão que alguém pula, um toco conseguido por ter pulado com mais vontade, uma bola que ia sair e alguém voou para conseguir salvar. São jogadas que dão moral para o time e que colocam a torcida no jogo, não dá pra negar, mas que são essenciais mesmo por conseguirem mais posses de bola para o time que as conquista. E enquanto essas jogadas são mais raras, os rebotes estão lá em toda santa posse de bola, também rendendo novas posses.
Podem falar de nervosismo, tradição, maldição, ataque, defesa, contra-ataque, turnovers, banco de reservas, bolas de 3, jogadores ‘soft’, posição da lua, horóscopo, qualquer coisa. Tudo isso é importante e pode decidir um jogo, mas depois de 5 jogos acho que ficou bem claro que os dois times se equivalem na soma dessas características. O que tem sido decisivo são os rebotes: como eu disse antes, quem ganhou a batalha dos rebotes ganhou o jogo e não vejo porque seria diferente no jogo de hoje e em um eventual jogo 7.

8 ou 80 na Final
Já que eu acho que um número, o de rebotes, pode definir o título, é hora de alguns números interessantes da série decisiva

– No jogo 2 Andrew Bynum teve 7 tocos e Pau Gasol, 6. Foi a primeira vez desde que a NBA começou a contar o número de tocos em 1973 que dois companheiros de time tiveram mais de 5 tocos em um jogo da Final.

– Mas nem tudo é perfeito no mundo da defesa de garrafão de LA. O Lakers teve 28 tocos nos primeiros três jogos da série, nos últimos dois somou apenas 4.
Ray Allen acertou 8 arremessos de três no jogo 2 da Final, um recorde da história das Finais. Nos outros jogos ele tentou 18 arremessos de três pontos e não acertou nenhum.
– Já Kobe teve seu recorde de bolas de 3 em um jogo de playoff no jogo 4, com 6 acertos. Porém, no mesmo jogo, teve seu recorde de erros, 7.
– O jogo 4 teve uma estatística bizarra: nenhuma enterrada.
– O mesmo jogo 4 marcou apenas a quarta vez nos últimos 25 anos que um time venceu um jogo da final sem que seu cestinha fizesse mais de 20 pontos. Paul Pierce foi o cestinha do Celtics com 19 pontos. As outras duas vezes aconteceram com o Spurs em 2007, Pistons em 2005 e Rockets em 1994.
– No jogo 4, Andrew Bynum jogou 32 minutos e não pegou nenhum rebote de defesa. A última vez que ele havia jogado pelo menos 25 minutos sem ter conseguido um rebote defensivo foi no dia 23 de fevereiro de 2007 contra, surpresa, o Boston Celtics.
– O Lakers não chegou aos 40% de aproveitamento no jogo 5. Foi a vigésima vez na temporada que o Celtics segurou o adversário abaixo dessa marca, nunca perdendo um jogo quando isso aconteceu.
– As 12 assistências do Lakers no jogo 5 foram a segunda pior marca do time em toda a temporada.
– Kobe Bryant marcou 23 pontos seguidos para o Lakers entre o fim do segundo quarto e metade do terceiro no jogo 5. Foi a primeira vez que um jogador marcou mais de 20 pontos seguidos pelo seu time desde que LeBron James fez 25 pontos seguidos contra o Pistons na final do Leste de 2007.

>Emoção demais, emoção de menos

>

Artest e Rasheed saem na unha pelo posto de mascote do Bola Presa

Quem acompanha o Bola Presa desde o comecinho sabe quais são os jogadores que mais nos rendem posts exclusivos: Yao Ming, no meu Houston, pelo seu fardo de carregar a cultura chinesa; e Kobe Bryant, no Lakers do Denis, pela sua paixão pelo basquete que chega ao ponto da nerdisse. Fica parecendo que escrevemos mais sobre os jogadores dos nossos times, mas no fundo é só acaso. Curiosamente, quem lidera nossa lista de posts individuais é, na verdade, Ron Artest – que jogava no Kings quando começamos a maratona de posts a seu respeito e que, ironia do destino, foi depois jogar no Houston e agora no Lakers. Damos sorte com nossos jogadores favoritos.

Ron Artest sempre foi, ao lado de Rasheed Wallace, um dos mascotes do Bola Presa. O Sheed estampou nosso primeiro template do blog e dá as caras na camiseta que fizemos do Bola Presa – que em breve devemos disponibilizar por aqui. Sua lendária coletiva de imprensa, em que respondeu a todas as perguntas com a frase “os dois times jogaram duro” porque estava sem saco, deu nome à nossa coluna com respostas para as perguntas dos leitores, entitulada “Both Teams Played Hard“. Uma foto do Sheed ilustrava cada coluna, e ele continua estampado no nosso formspring, que segue respondendo às questões dos leitores e virou um sucesso absoluto (são mais de 3000 perguntas recebidas nesses 4 meses de existência). Além disso, o Sheed foi o tema de uma das pouquíssimas matérias gringas que traduzimos, um texto sobre sua inteligência trabalhar contra ele dentro de quadra – aliás, vale a leitura, são linhas espetaculares.
Ron Artest não ilustra templates ou camisetas por aqui, mas ganhou uma série de posts: primeiro quando mandou beijinhos para a torcida ao enfrentar o Pistons pela primeira vez desde que fora suspenso contra a equipe, depois quando passou um jogo inteiro se pegando com o Matt Harpring. Escrevemos quando ele bateu boca com o Kobe Bryant um jogo inteiro, colocando também uma entrevista em que Artest mostra todo o carinho e admiração que tem por Kobe. Listamos uma série de histórias sobre ele, da ligação para o torcedor que lhe tacou uma cerveja na cabeça à sua promessa ao Kobe, depois de invadir seu vestiário, de que um dia jogaria no Lakers para lhe ajudar a ganhar um título. Temos também dois posts curtos, um com o vídeo do Artest arremessando o tênis do Ariza e outro com sua aparição, de cuecas, num programa de televisão – admitindo ser formado em Matemática.
Nosso carinho pelos dois tem razões óbvias: além de serem jogadores engraçados e bem-humorados, coisa fundamental para os palhacinhos aqui do Bola Presa, também são jogadores humanos, emotivos, reais, dispostos a se expressar abertamente dentro de uma NBA que cada vez mais tenta sumir com as emoções e as opiniões através de multas, punições e suspensões (e que nessas finais apita falta até em que coça o nariz). Rasheed Wallace ainda lidera a NBA em faltas técnicas, mesmo com os minutos tão reduzidos, e Artest ainda arremessa bolas que não fazem nenhum sentido, deixando Kobe maluco, apenas para provar alguma coisa que está ali na cabeça dele.
O principal medo dos torcedores do Lakers quando Artest chegou à equipe era ele acabar com a química do time, dar uma de maluco, começar alguma pancadaria, arriar as calça do Paul Pierce. Medo real, mas desnecessário. Artest entendeu desde o primeiro segundo que o time não era dele, que sua função era defensiva, e que o Kobe estava de olho em tudo que ele fazia. A graça, no entanto, está no fato de que o Artest é de verdade e se diverte em quadra. Adora jogar fisicamente e quando topam a brincadeira, quando ele pode trombar no garrafão, se engalfinhar com alguém, roubar uma bola na raça ou dar um toco na base da força, seus pulos de alegria e socos no ar são um raro toque de energia em um elenco famoso por ser técnico demais, o magrelo nerd da classe. O que não falta para o Lakers são jogadores inteligentes, táticos, com habilidade apurada. Gasol é sem dúvidas o homem de garrafão mais técnico da NBA no momento, e Kobe é provavelmente o jogador mais técnico que esse planeta esférico já presenciou. Não que o Kobe não goste de jogar na força bruta (recentemente o Jeff Van Gundy estava comentando que o Lakers tem três dos jogadores que mais gostam de jogar fisicamente: Artest, Fisher e Kobe), mas é que Kobe é concentrado demais para permitir os jorros de euforismo que o Artest coloca pra fora como se fosse ganhador de Big Brother.
Assim como o Ben Wallace dizia que o Pistons às vezes não entrava no jogo até o Rasheed Wallace tomar uma falta técnica, tem vezes em que o Lakers não começa a defender com vontade até o Artest dar alguma trombada e começar a distribuir socos no ar de felicidade (estilo Raí). Sua importância vai muito além das funções defensivas e atinge justamente a maior deficiência do Lakers que perdeu para o Celtics na final de 2008: o Artest traz coração, jogo físico, socos no próprio peito, orgulho, empolgação, cara feia. Coisas que, dois anos atrás, eram marcas registradas do time de Boston.
O Celtics, por sua vez, tem tanto coração, orgulho e socos no peito, que o Rasheed Wallace acaba sendo quase desnecessário. Grande parte do elenco é absurdamente emotivo. Garnett, por exemplo, grita, berra, bebe o sangue de criancinhas e dá pancadas surreais de UFC em quem está lhe enchendo o saco.

O Glen Davis grita com ele mesmo, literalmente chora quando toma bronca (as lágrimas escorrem do rosto de nosso querido Ursinho Carinhoso) e está sempre pronto para sair na porrada com alguém. Kendrick Perkins reclama de todas as faltas da equipe, está sempre com cara de quem vai chorar ou ter um aneurisma cerebral, e é o segundo colocado em faltas técnicas na NBA (baita pentelho).
Rasheed Wallace está acostumado a ser o coração de suas equipes. Jogou a carreira inteira ao redor de cordeiros, então está sempre gritando, provocando, atiçando, tentando proteger os seus companheiro
s que trata como irmãozinhos menores débeis mentais. Sempre existiu nele um tanto de desinteresse pelo jogo, é comum dizerem que Rasheed poderia ter sido um dos melhores de todos os tempos mas ele não quer treinar, fazer sempre a mesma coisa em quadra ou obedecer os desenhos táticos. Mas o Celtics precisava disso, de uma força defensiva no garrafão, de um arremessador de 3 pontos, de um jogador inteligente para dar os passes certos, não de mais um para esquentar a cabeça e sair do jogo. Enquanto o Lakers era um tanto sem vida e desgostoso de confronto e jogo físico, o Celtics agora é um time emotivo demais, com gente falando demais e – principalmente – cometendo faltas técnicas demais.
O Rasheed Wallace chegou no Celtics anunciado como “mais um enorme talento para levar esse time a outro título”, mas assim que pisou em quadra fora de forma, sem muita vontade de treinar e desinteressado – como sempre fica – por não se sentir parte de uma “família” (ele precisa ouvir Restart), tomou fria do resto da equipe. A frustração do Garnett com o Sheed era visível em sua cara de canibal faminto, e acho que a situação toda foi uma das maiores responsáveis pela queda de produção do Celtics durante a temporada regular. O Rasheed precisou entender, com muito custo, que fazia parte de algo, de uma última corrida desesperada a um anel com uma equipe disposta a sangrar por Garnett, Pierce e Allen, para então começar a render um pouco mais em quadra. Mas, infelizmente, o casamento não parece dar muito certo.
Toda a empolgação de Artest, que torna o Lakers um time mais humano, agressivo e eficiente, tem um preço. Primeiro, as limitações de arremesso do Artest foram exploradas constantemente nos playoffs, primeiro pela defesa perfeita do Thunder, depois pelo Jazz, e por fim pelo Suns e sua defesa por zona 2-3. Todas essas equipes deixaram Artest livre para o arremesso de 3 pontos, e ele insistiu em arremessar mesmo assim. Na série contra o Jazz, se enfiou num regime de treinamento de arremessos e acabou decidindo a série, é verdade, mas contra o Suns essa confiança no treinamento levou a momentos bizarros. No Jogo 5, Artest errou um arremesso de 3 pontos livre, recebeu o rebote ofensivo e, ao invés de esperar o cronômetro correr para garantir a vitória, resolveu arremessar de novo – e errar de novo, tipo a segunda convocação do Dunga. A humanidade do Artest lhe faz dar arremessos desnecessários apenas para provar que ele consegue, que ele andou treinando, ou então puxar contra-ataques estabanados só porque ele está empolgado com a trombada que recebeu na quadra de defesa. Esse preço, no entanto, é pequeno perto do equilíbrio que Artest traz à equipe. O Lakers é definitivamente, com ele, um time melhor.
Com o Sheed, o preço de tê-lo em quadra costuma ser alto demais. Suas falhas defensivas constantes são exploradas pelo ataque do Lakers e frustram um Celtics que se orgulha justamente de se focar na defesa. Seus arremessos de três pontos deixam o garrafão vazio, justamente quando a batalha dos rebotes é tão essencial para seu time. Seus arremessos caem um pouco, volta e meia dá um belo toco, sua defesa é cheia de truques de velhos experientes, mas o Celtics nunca é um time melhor por lhe ter em quadra. E a enorme qualidade emocional que Sheed traz às suas equipes, quando joga, é desnecessária no Celtics, é exagero. Quando ele recebe uma falta técnica, não é um motivo para o time se animar e entrar no jogo, é apenas desesperador porque é a milésima falta técnica que o Celtics recebeu no jogo. O Perkins já tomou uma, o Pierce já tomou outra, o Glen Davis vai tomar uma próxima, e a suposta animação do Sheed é apenas mais um cara reclamando demais e castigando o time com faltas técnicas e pontos fáceis para o adversário. No Jogo 4, lá estava o Ray Allen revirando os olhos tendo que impedir o Sheed de ser expulso de quadra. A fama do Wallace, por vezes merecida, faz com que as reações sejam punidas mais rápido e lhe deixa até mesmo mais propenso a ter faltas marcadas contra ele, especialmente numa série em que os árbitros querem coibir qualquer contato. Sobra pro Ray Allen ser babá de uma máquina de fazer faltas técnicas.
Do problema do Celtics com as faltas técnicas, falaremos mais tarde. Por enquanto, o que tentamos mostrar é que somos grandes fãs do Rasheed Wallace e do Artest, mas que eles se encaixam de maneira completamente oposta em suas equipes. Se ainda acho o Celtics favorito nessa série justamente por causa do coração, do desespero de ter que ganhar mais um título, do sacrifício que o time inteiro é capaz de fazer em nome disso (a ponto de um banco ruim ganhar um jogo na raça), o Rasheed não é necessário para essa empolgação. E, do outro lado, se alguém pode levar o Lakers a superar os corações do Celtics, esse alguém é justamente Ron Artest. Quando ele está empolgado e seu time entra na mesma “vibe” (só de usar essa palavra, uma espinha nasceu na minha testa), o Lakers tem grandes chances de vencer a batalha psicológica. No primeiro jogo da série, vimos um Artest que distribuía socos no ar, se pegando com o Paul Pierce nos primeiros segundos de jogo (os dois tomaram falta técnica), dando trombadas no Glen Davis, enquanto o Garnett parecia assustado e nervoso errando bolas embaixo da cesta, passando a bola ao invés de dar arremessos fáceis e faltando braço na hora de colocar a bola para dentro.
A série entre Magic e Celtics nos ensinou uma coisa: quando o time adversário consegue jogar com raça, de forma física, brigada e elétrica, o Celtics passa a ser aquilo que é por trás da máscara: um time de velhinhos. É importante para o Lakers ter um Gasol agressivo no garrafão e um Bynum que esteja ao menos em quadra e não com um joelho boiando num pote de formal, sem dúvidas, mas a agressividade fisica geral do time está nas mãos do Artest. Do outro lado, o melhor que o Rasheed pode fazer parece ser não tomar mais faltas técnicas. Pessoalmente, torço para que ele se erga e dê ao Celtics aquilo de que o time precisa, reforçando ainda mais um banco de reservas que pode mudar a cara da série, mas por enquanto ele está encostado: é apenas mais do mesmo. No Lakers, Artest é justamente a diferença. A derrota no Jogo 4 está sendo creditada à auxência de Bynum, mas que tal lembrar da partida ruim que fez Artest na defesa, tanto defendendo Pierce quanto no ataque e em empolgação? Vimos como Glen Davis humilhou Lamar Odom, seu defensor na maior parte do jogo, o tempo inteiro. Mas o que teria acontecido se um Artest empolgado tivesse ido marcar o “Big Baby” no garrafão? Artest pode defender quatro posições em quadra e, apesar da diferença física, pode dar muito trabalho para qualquer um, até mesmo a almôndega ambulante que é o Glen Davis. Bynum deve jogar o Jogo 5 hoje à noite, mas eu coloco a responsabilidade em outras mãos: nas de Rasheed, para o banco do Celtics continuar fazendo estrago e Bynum ser bem defendido; e nas de Artest, porque o Lakers precisa de emoção em quadra. E, como insiste cada vez mais Kobe e Phil Jackson, o Lakers só vai ganhar essa série se for na defesa. Caso um gordinho continue acabando com eles no garrafão, as chances de anel de campeão desaparecem.

>Um gordo e um anão

>

Rasheed Wallace não acredita: o Glen Davis ganhou um jogo

O Lakers tem um fetiche bizarro: perder para equipes reservas. Contra o Suns, o Lakers conseguia se virar bem contra a equipe titular e apanhava mesmo era do banco, com Dragic e Leandrinho. Contra o Celtics, parece que o fetiche é ainda pior. No Jogo 4, Kobe segurou muito bem as pontas contra a equipe titular do Boston, mas quando os reservas mais-ou-menos entraram em quadra, o jogo mudou. O tempo foi passando e nada dos titulares voltarem, a vantagem do Celtics foi aumentando, e quando os titulares voltaram para a quadra (que, aparentemente, é contra quem o Lakers mais tem chances de vitória), já não dava mais tempo de virar o jogo.

No geral, a partida do Celtics foi bem o que esperávamos, com o time tomando várias medidas que eu havia sugerido aqui no Bola Presa: forçando ao máximo o ritmo de jogo, colocando mais a bola nas mãos do Rondo, pegando o garrafão do Lakers desprevenido na correria, e deixando o Paul Pierce menos com a bola. Curiosamente, isso não significou necessariamente usar menos o Pierce no ataque, como eu imaginava ser necessário. O ala do Celtics rendeu muito bem recebendo a bola em movimento, sendo acionado para receber pick-and-rolls na cabeça do garrafão, e carregou o ataque do time por um bom tempo sem no entanto ficar segurando a bola ou criando jogadas individuais. Quando ele começou a forçar mais o jogo, o resto do elenco entrou num entrosamento deles lá e o Pierce ficou de fora, tipo o gordinho nerd que senta na primeira carteira da classe. O primeiro arremesso do ala no segundo tempo veio com o quarto período bastante rodado, depois de um quarto inteiro sendo ignorado em seus insistentes pedidos pela bola.
Às vezes é triste não contar com um baita pontuador como é o caso do Paul Pierce, mas o Celtics conseguiu outra coisa muito mais valiosa no lugar: jogadas ofensivas. Ray Allen estava em mais um dia ruim (conforme ele vai ficando velhinho, os dias bons são a exceção, não a regra), Garnett recebeu mais atenção na defesa, Rondo foi bem marcado no garrafão e forçado a arremessar muito (coisa que ele dificilmente acerta, como sabemos), e o negócio estava feio. Justamente por isso, o Celtics foi obrigado a envolver todo mundo, aceitar contribuições de todos os lados e tomar mais conta da posse de bola, com carinho. Apesar das limitações técnicas, os reservas entraram num ritmo, como se fossem um time de verdade com um técnico de verdade (coisa que eles não são e nem tem), e aí o Paul Pierce ficou de lado, foi sentar, e coube aos titulares ficar na linha lateral torcendo com a toalhinha na cabeça.
Quer dizer, menos ao Ray Allen, que recebeu o cargo de babá do grupo e ficou em quadra. Por quase todo o quarto período, o Celtics manteve jogando uma série de jogadores mequetrefes e não muito inteligentes: Nate Robinson na armação, Tony Allen na ala, Glen Davis e Rasheed Wallace no garrafão. O coitado do Ray Allen é quem teve que acalmar os ânimos, impedir mais faltas técnicas, dar instruções de defesa e, como toda babá cuidando de crianças, enxugar baba. Pra quem não viu, abaixo tem o vídeo do Glen “Big Baby” Davis se babando inteiro:
O bebezão (que é tão criança, mas tão criança, que até pediu pra mudar de apelido, coisa que só pirralho faz e que é a mesma coisa do que pedir para o apelido pegar para sempre) não é um grande atleta, é lento, baixo, gordo, chato, mas compensa de muitas maneiras essa sua derrota na loteria genética, como dá pra ver no vídeo acima. Seu trabalho de pernas é incrível, seus pés se movimentam bem e com isso ele consegue sempre estar na frente do adversário, marcando com eficiência. Sua vontade é digna de um gordo atrás de pudim, se jogando em todas as bolas, trombando com todo mundo e sempre prestes a dar uma dentada em quem aparecer. E como ele é baixo demais para a posição e nunca vai conseguir alcançar o aro, seus pontos vem num excelente arremesso de meia distância e em uma série de movimentos refinadíssimos, super classudos, debaixo da cesta. É incrível como ele consegue passar alguns segundos no ar (a incríveis 5 centímetros de distância do chão) e mudar a bola de mãos, passá-la por debaixo do aro, finalizar com elegância. Tudo enquanto tromba, se arremessa, chora e belisca um sanduíche.
Quando entrou na NBA, fiquei fã do Glen Davis. É sempre legal ver um jogador gordo que consegue se sair tão bem, com movimentos tão refinados no garrafão. Mas agora odeio esse balofo porque ele se acha a última bolacha no pacote (e, portanto, está louco para se comer). Entendendo suas limitações e se aproveitando dos pontos fortes, ele poderia ser um excelente jogador, uma versão habilidosa e pontuadora do Chuck Hayes. Mas não, ele fica nessas de achar que seu jogo é espetacular, que ele é um gênio, que sua raça em quadra é épica e vai mudar a rotação da Terra. Talvez até mude mesmo, se ele continuar comendo.
Por mais birra que eu tenha com o “Big Baby”, no entanto, sou obrigado a admitir que seu jogo foi exatamente do que o Celtics precisava. O joelho do Bynum, que está quase chegando no “nível Greg Oden de qualidade”, está do tamanho de uma bola de tênis e tem que ser drenado constantemente. Quando ele está em quadra, o Lakers tem mais chances de vencer a luta pelos rebotes (que, até agora, sempre foi vencida pelo time que no fim sai com a vitória), pontuar no garrafão e vencer o jogo na defesa, como querem Kobe e Phil Jackson. Sem ele em quadra, por causa do joelho zoado, o Glen Davis resolveu jantar o garrafão do Lakers e conseguiu. No peso, no tranco e na vontade. Pau Gasol é outro homem, agora ele apanha e está feliz, ataca a cesta, defende de forma agressiva e deu canceira para o Garnett, mas sofreu demais ficando sozinho no garrafão como pivô. Quem passou a maior parte do tempo marcando o Glen Davis foi o Lamar Odom, que perto do “Big Baby” não passa de um palito de dentes. Vencendo a luta no garrafão, colocando a bola lá dentro e armando jogadas para serem finalizadas debaixo do aro, o Celtics parou de dar arremessos idiotas numa partida em que nenhuma das duas equipes conseguia pontuar com consistência – a não ser o Kobe, que roubou o talento do Ray Allen e deu pra meter uma bola de três atrás da outra.
Mas o banco do Celtics não é feito apenas pelo Glen Davis, embora ele pese mais do que o resto do banco inteiro. Tony Allen, por exemplo, marcou muito bem Kobe e dessa vez não passou nenhum segundo como armador na partida, o que é a melhor coisa que pode acontecer para o bom andamento do Universo. Nate Robinson, por sua vez, foi o respo
nsável por armar o jogo na auxência de Rondo, que acabou ficando mais tempo no banco do que o normal. A intenção foi de correr com a bola desde o princípio, então o Rondo cansou logo e o Nate entra em quadra para fazer a mesma coisa, no velho pernas-para-que-te-quero.
O problema é que todos nós sabemos que o Nate Robinson não tem muito cérebro. Lembro de uma jogada na primeira vez em que ele entrou em quadra para o Celtics em que pegou a bola, ficou driblando de um lado para o outro, passou por trás da cesta, olhou para o aro e arremessou uma bola de três pontos terrível no estouro do cronômetro. Não deu nem aro e o Garnett prometeu usar seu sangue para temperar a salada do dia seguinte. No Jogo 4, o Nate manteve o plano de jogo de correr como um louco para repor a bola, mas por inúmeras vezes chegou na quadra de ataque e, com seu cérebro de ostra, não soube o que fazer com a bola. Aí parava a corrida, segurava a laranjinha e passava pro lado. De que adianta correr então?!
Mas, justiça seja feita, o Celtics fez muito bem para o Nate “The Great”. Ver o Garnett no banco segura um pouco suas rédeas, a pressão de estar num time que precisa ganhar desesperadamente não lhe permite aquela vida impune do Knicks, em que ele podia fazer qualquer merda em quadra e achar engraçado. No Celtics ele precisa temer os mais velhos, que enchem muito o saco, precisa ganhar minutos porque o Doc Rivers nunca fez questão de lhe colocar em quadra (mesmo sem ninguém para ser reserva do Rondo), e está sendo assistido por todo mundo num time vencedor que quer vencer ainda mais. A “Família Celtics” (não confundir com a “Família Restart”, que não desiste nunca) colocou responsabilidade na cabeça do Nate Robinson. Então ele é burro, não sabe o que fazer com a bola depois de correr tanto, mas joga com menos afobação, sabe passar a bola para dentro do garrafão, obedecer as ordens táticas e ataca a cesta quando necessário, além de ser um bom arremessador (se não deixarem ele arremessar sempre!).
O Rasheed Wallace, último homem do banco a compor o time que venceu a partida, não fez muita coisa, mas defendeu razoavelmente bem. Gritou, xingou, tomou falta técnica, ficou tão inconformado com uma marcação que até rendeu a cara mais engraçada do ano (a foto que ilustra o post foi tirada por mim mesmo no meio da transmissão, print screen legítimo, enquanto eu morria de rir da reação do Sheed). Com Garnett no banco, o Sheed acabou sendo o coração da equipe na defesa, embora eu ache o Rasheed desnecessário nesse time porque todo mundo já é muito emotivo. O Ray Allen teve que ajudar o Nate Robinson a dar os passes certos nas horas de branco, teve que cobrar do Glen Davis as falhas defensivas, e teve que impedir o Rasheed de ser expulso de quadra por causa das reações exageradas. Mas o conjunto inteiro deu muito certo, uma bola de 3 pontos do Sheed nos minutos finais praticamente decidiu o jogo, e acabou ficando como a cereja do bolo de um banco de reservas que acabou com o Lakers.
Em entrevista coletiva, Glen Davis e Nate Robinson disseram que passaram todo o quarto período esperando o momento de sair, como eles estão acostumados a ver acontecendo. Os minutos foram passando, eles não saíam e começaram a estranhar, olhando toda hora para o relógio. O Garnett ia entrar em quadra o tempo todo, mas aí o Glen Davis fazia alguma grande jogada e o Doc Rivers segurava o Garnett mais um tempo na lateral. Mérito do gordo que rendeu nos minutos que teve em quadra, mas grande mérito do Doc Rivers de ter deixado em quadra o time que deu certo (sem a frescura de ter que manter os melhores jogando mesmo quando não funciona) e mérito também do Garnett, que ao invés de exigir entrar em quadra, ficou lá do lado vibrando pelo gordinho que estava chutando traseiros. A entrevista coletiva de Nate e Glen Davis, inclusive, merece ser vista inteira porque é muito engraçada: tem o Big Baby com ar de que é o melhor jogador do planeta e merece ganhar uvas na boquinha, tem ele pedindo desculpas por cuspir e perguntando se caiu na repórter, e tem o Nate Robinson comparando eles dois com o Shrek e o Burro – simplesmente a melhor comparação da história, “Separados no Nascimento” instantâneo!
Já tinha postado aqui que, para mim, o Celtics é favorito na série porque todo jogador, não importa quão ruim seja, entende que precisa vencer em nome de Garnett, Allen e Pierce, que estão lá cobrando. O time tem a responsabilidade, a vontade, a energia, a emoção necessárias para vencer mesmo quando tudo parece que está dando errado. Às vezes é em excesso, como no caso das milhões de faltas técnicas (devo postar sobre isso dia desses), das reações do Rasheed, das frustrações de Glen Davis e Garnett que às vezes não conseguem entrar no jogo, ou do Paul Pierce que na animação enfiou uma muqueta na cara do juíz:
Se essa emoção não for em excesso, e se eles não se focarem apenas em transformar isso num jogo exclusivamente físico justamente quando o Lakers está se saindo tão bem na defesa e nas pancadas (especialmente com Bynum em quadra), dá pra transformar um banco ruim em um banco que ganha jogos. E séries. E um anel.

>Dois Celtics diferentes

>

Paul Pierce faz manha: só sai do chão quando puder
arremessar todas as bolas e ganhar um PS3
Depois de acertar apenas 2 dos 11 arremessos que tentou no Jogo 2 das Finais, Paul Pierce diminuiu o trabalho defensivo do Ron Artest, dizendo que o ala do Lakers não era o culpado pela sua falta de mira. Pierce afirmou que os erros haviam sido culpa dele mesmo, que o Artest não estava fazendo nada de especial. A princípio, achei que ele estava apenas sendo escrotinho como sempre, diminuindo o adversário. Mas agora estou começando a acreditar: a culpa é mesmo do Paul Pierce. Não apelas pela falta de mira, mas também pela derrota em casa do Celtics no Jogo 3.
Estou longe de ser um daqueles odiadores birutas do Paul Pierce, pelo contrário, gosto muito do jogo do sujeito e sempre fiquei feliz de vê-lo assumir a responsabilidade no Celtics, como se a casa fosse dele e seus amigos estivessem apenas visitando. Mas os jogos dessa final estão deixando uma coisa cada vez mais clara: existem dois Boston Celtics completamente diferentes. Um é o que aparece quando o time puxa o contra-ataque e coloca a bola nas mãos do Rajon Rondo. O outro é o que aparece no jogo de meia-quadra e que é, quase invariavelmente, comandado por Paul Pierce. Nem preciso dizer qual desses times chuta traseiros e qual deles fede um bocado e corre o risco de perder a série.
Quando o Celtics consegue puxar um contra-ataque após um rebote defensivo, a movimentação ofensiva é impecável. Rajon Rondo recebe a bola e parte para a quadra de ataque. O garrafão do Celtics se mata na corrida, sempre deixando Bynum e Gasol para trás, e constantemente Garnett e Kendrick Perkins conseguem uma bandeja fácil, ponte-aérea ou ao menos cavar uma falta. A defesa de transição do Lakers não é das melhores, surge a dúvida de quem deve marcar quem, quem deve cobrir quem, e o garrafão fica exposto. Aí, quando o Lakers começa a correr desesperado na defesa para fechar o caminho para o aro, surge Ray Allen. É muito legal ver seu treinamento em quadra antes dos jogos, e um dos movimentos mais treinados é uma corridinha tranquila vinda do meio da quadra, uma freiada na linha de três pontos, e um arremesso rápido e certeiro dali. O Ray Allen é o melhor arremessador de três pontos em transição atualmente e, ao contrário do Mavs que costuma só fazer isso, o garrafão veloz do Celtics abre espaço para os arremessos em contra-ataque – que por sua vez abrem mais espaço para o garrafão, ou seja, a defesa em transição do Lakers é um cobertor curto demais.
O curioso é que mesmo quando o contra-ataque não funciona e o Lakers consegue se posicionar defensivamente, forçando o Celtics a ter que construir uma jogada, a bola estar nas mãos do Rondo já é lucro. É como se ele se sentisse no direito de atacar a cesta (e fazer uma cagada, que seja) por ter perdido a chance de um contra-ataque, tipo uma compensação. O Celtics é um time muito melhor com o Rondo atacando a cesta, mesmo quando dá errado, e também funciona muito bem quando ele resolve acionar Garnett no garrafão e o Ray Allen vindo de um corta-luz.
Nós sabemos que Ray Allen fedeu na última partida, errando todos os seus arremessos, mas vida de arremessador é assim. Um dia você acerta todos, bate recorde da linha de três pontos, e no outro erra tudo e teu time vai pro saco. É normal, bola de três não é confiável. Por isso arremessadores que não sabem quando parar prejudicam tanto os seus times, como Rafer Alston, JR Smith e até (em nível internacional) o Marcelinho Machado. Quando os arremessos caem o cara é herói, venceu o jogo, mas quando não caem jogou a partida no lixo porque não consegue fazer mais nada. Arremessadores precisam de cérebro para saber quando parar, saber não forçar arremessos, envolver os companheiros, saber forçar a reação da defesa mesmo quando os arremessos não estão caindo. Na pior das hipóteses, esses arremessadores precisam de bons técnicos que saibam sentar seus traseiros quando as coisas não estão dando certo para que o time não saia prejudicado. Ray Allen tem cérebro e, por mais bizarro que pareça, sua partida horrorosa nível Preta Gil não prejudicou o Celtics tanto assim simplesmente porque os arremessos não foram forçados ou desnecessários. Uma hora ele vai fazer exatamente a mesma coisa e os arremessos vão cair, então o Lakers precisa sempre marcá-lo, sempre, não importa se os arremessos caem ou não (ao contrário do Rafer Alston, por exemplo, que você pode deixar livre num dia ruim porque você sabe que é melhor que ele arremesse porque o time vai pro saco). Mesmo errando tudo, o Lakers temeu Ray Allen e isso é essencial para forçar a defesa a se mexer.
O Garnett também veio de partidas horríveis, o primeiro jogo foi patético de um jeito triste, vou até queimar o filme daquela partida para que meus filhos não saibam que aconteceu. Mas ele é inteligente e sabe o que fazer de um jogo para o outro, o que mudar, forçando a velocidade do time, fazendo pontos fáceis nas costas de Gasol e Bynum, e dessa vez levando a bola em direção ao Gasol, e não pra longe dele. É que o Gasol é muito mais comprido do que o Garnett e está destruindo nos tocos, então o Garnett estava tentando arremessar por cima dele através de giros, se jogando para trás, indo na direção oposta à cesta. Mas ele logo entendeu que os juízes estão apitando qualquer peidinho, se alguém pensar na mãe do adversário toma falta só pela intenção, se pensar nela pelada está expulso, então Garnett entendeu que dá pra ir em direção ao Gasol sem problemas, criando contato no garrafão, porque vai receber mais faltas do que tomar tocos. O espanhol também não é burro e entendeu a arbitragem, então tentou contestar menos as investidas do Garnett e acabou criando espaço para o ala do Celtics usar seus movimentos elegantes debaixo do aro.
Não tem erro: puxando contra-ataques, ou pelo menos saindo rapidamente com a bola na linha de fundo após tomar uma cesta, o Rondo pode atacar a cesta, Ray Allen pode fazer seus arremessos de transição ou em movimentação, mesmo que eles não caiam, e o Garnett pode ser acionado no garrafão para se aproveitar da arbitragem e equilibrar as coisas perto do aro. É simples. Quando o Rajon Rondo sentar, quem precisa entrar é o Nate Robinson, que está imitando bem o Rondo, atacando a cesta e passando muito bem a bola para os jogadores de garrafão. Nada de colocar o Tony Allen armando, porque ele não tem confiança de bater bola na frente de Fisher ou Kobe e acaba dando a bola para o Pierce para não se comprometer. E aí a merda começa.
Quando o Celtics não corre, quando não aumenta o ritmo da partida, quando o Rondo não fica com a bola nas mãos, quando o Tony Allen está armando, as jogadas do Cetics se resumem a uma coisa: dar a bola para o Paul Pierce e assistir. O Garnett estava chutando traseiros no Jogo 3 e mesmo assim passou longos minutos sem receber a bola olhando para o Pierce enquanto o time afundava. Uma hora fiquei esperando que o Garnett tirasse uma cruzadinha do calção e começasse a preencher. Pontos fáceis dos minutos iniciais de jogo começaram a ser substitu
dos por arremessos contestados do Paul Pierce, o garrafão ficou abandonado, e o Celtics parou de cobrar lances livres. Ali eu já sabia que o time ia perder e fiquei torcendo para o Pierce voltar para o banco rapidinho, ou ter um aneurisma.
O engraçado disso é que o Artest saiu com 2 faltas logo no começo do terceiro jogo, então o Pierce estava sendo marcado pelo Luke Walton (que sozinho tem mais cérebro do que o Knicks inteiro somado, mas não defende necas). Não importa, a dificuldade do Pierce está sendo, como ele afirmou, independente da marcação. Seus arremessos de média distância não caem, suas infiltrações estão estabanadas e os arremessos de três são forçados, mesmo quando entram. Aqui, o resultado não interessa, o Pierce pode errar todos os arremessos ou então acertar quase metade deles, como foi no Jogo 3. O que importa é que o Celtics fica estagnado, sem garrafão, sem ameaças da linha de três para abrir o caminho para a cesta, sem armação de jogadas.
O que o Celtics precisa fazer para igualar a série é forçar a correria o tempo inteiro, sem parar, esquecer que eles são velhinhos e abusar da cadeira de rodas. Só isso garante a bola nas mãos do Rondo, coloca o Paul Pierce em segundo plano (onde ele prejudica menos e, também, pode produzir mais), pega a defesa do Lakers desprevenida, usa melhor as bolas de transição do Ray Allen, facilita os pontos no garrafão, e força o Lakers a cair nessa armadilha e repor a bola com velocidade. O Rajon Rondo é um excelente ladrão de bola nas reposições de linha de fundo, então se o Lakers repor sempre rápido, entrando na brincadeira da correria, o Rondo sai de quadra com um punhado de roubos de brinde pra colocar no currículo. Se o Lakers quer (e está conseguindo) vencer a série na defesa, é hora do Celtics dar um jeito de não ter que enfrentar a defesa deles. Roubos de bola, correria, e outro ponto fundamental: cometer menos faltas.
Se toda vez que o Lakers bater para dentro o Celtics cometer faltas, o jogo fica truncado e a reposição de bola é lenta e pega a defesa do Lakers já montada. Mesmo tomando cestas fáceis, é melhor não cometer as faltas e enfrentar o time de Los Angeles do outro lado desmontado, com falhas de marcação. Por mais bizarro que seja dizer isso, o Celtics precisa ser menos agressivo, mais mole, e mais veloz. Se não dá na força, o Celtics é inteligente e experiente o bastante para saber vencer de outros jeitos. Só precisa dar uma fria maior no Paul Pierce, ou então lhe fazer um implante de cérebro (já pensou o Pierce com o cérebro do Luke Walton? A medicina deveria tentar). Se o Pierce tiver um grande jogo, marcar 30 pontos, o Celtics vai vencer, mas na próxima partida sua monopolização do jogo vai levar a uma derrota, e o time de Boston não pode se dar ao luxo de ficar subindo e descendo. Os próximos jogos são em casa e o Celtics precisa vencer os dois seguintes, sem erro. Hoje à noite, veremos se os vovôs conseguem botar isso em prática.