Como comentamos no último post, hoje, quinta-feira, é o Trade Deadline da NBA. Em português, é último dia que os times podem trocar jogadores entre si, se alguém quer mudar a equipe antes dos Playoffs, a hora é agora.
Embora a maioria dos negócios fiquem para a última hora, já que os times querem forçar a barra para conseguir o que querem até o último minuto do segundo tempo, às
vezes alguns times conseguem o que querem antes da hora. Dois negócios já rolaram ontem e aqui estão nossos pitacos sobre esses negócios.
Sacramento Kings envia: Marcus Thornton
Brooklyn Nets envia: Reggie Evans e Jason Terry
Vemos aqui a 3ª troca do Kings na temporada e não vejo como esta ajuda em muita coisa, assim como não ajudou em nada aquela do Derrick Williams. Jason Terry está tendo o pior ano de sua carreira, são só 4,5 pontos por jogo e ridículos 36% de acerto de arremessos, quando sua pior marca na vida tinha sido de 41%, em seu ano de novato em Atlanta. Neste ano não fez absolutamente nada de relevante pelo Brooklyn Nets, alguém enxerga ele tendo algum tipo de motivação para jogar seus últimos anos de carreira em uma das piores franquias da NBA?
Com Reggie Evans eu também não enxergo muita ajuda. Apesar de rodado, está muito longe de ser considerado aquela tal ~liderança veterana~, clichê tão adorado por General Managers ao redor da liga. Como não sabe jogar basquete, Evans só ajuda em uma coisa: rebotes. É bastante importante, mas o Kings já está entre os 10 melhores times da liga em todas as listas relevantes que envolvem rebotes, precisava mesmo dele? O valor de Thornton caiu no último ano, mas talvez desse pra conseguir mais.
E nem economicamente a troca muda muita coisa. Todos os jogadores envolvidos na troca tinham contratos para esta e a próxima temporada. Thornton recebe cerca de 8 milhões nos dois anos, Terry e Evans somados ganham 7 milhões nesta e cerca de 7,4 em 2014-15.
Para o Brooklyn Nets é capaz que pouca coisa mude também, mas dá pra enxergar um pingo de esperança. Marcus Thornton já teve ótimos momentos na NBA, chegando a beirar os 20 pontos por jogo com aproveitamento bom dos arremessos de longa distância. Mas, assim como Terry, vive sua pior temporada como profissional: é a primeira vez que tem menos de 10 pontos por jogo, a primeira que acerta menos de 40% de seus arremessos (38%) e a primeira abaixo de 35% nos 3 pontos (31%). Como ele tem apenas 26 anos, não podemos culpar a idade pela queda, como fazemos com Terry, então há a esperança que a mudança de cidade, time, técnico e estilo de jogo possam resgatar seu poder ofensivo. Existem muitas noites onde o Nets precisa desesperadamente de pontuadores, especialmente vindo do banco de reservas.
Outro lado bom desta troca para o Nets é que ela abre um espaço a mais em seu elenco. Ao mandar dois jogadores por um, agora o time de Jason Kidd tem 13 jogadores sob contrato, é algo que pode ajudar um futuro negócio (por futuro quero dizer hoje) onde eles talvez tenham que receber mais jogadores num negócio. O máximo de jogadores que um time pode ter é 15. Dizem que o alvo principal do Nets nesta quinta-feira é Jordan Hill, do Lakers.
Los Angeles Lakers envia: Steve Blake
Golden State Warriors envia: Kent Bazemore e MarShon Brooks
Podemos chamar de uma troca por consideração? Steve Blake passou por poucas e boas em seus anos de Los Angeles Lakers. Começou muito mal, não se adaptou de cara ao time e a torcida queria trucidá-lo (com alguma razão). Mas ele foi melhorando e deslanchou quando chegou Mike D’Antoni e o time passou a jogar em alta velocidade, como ele gosta. No último ano virou um dos jogadores favoritos da torcida, do técnico e, segundo Kobe Bryant, seu amigo mais próximo no elenco, o Blake Mamba. Por que trocá-lo então?
O meu palpite é consideração. E um pouco de idade. Este é o último ano do contrato de Blake com o Lakers e provavelmente o time sabia que não iria renovar com o armador. Se for para lutar por Playoff na próxima temporada, irão tentar um jogador de mais nome ou confiar na recuperação de Steve Nash, se for para reconstruir, provavelmente irão renovar com Kendall Marshall e usar Jordan Farmar como reserva. Então se é para perder Blake, que pelo menos dê a ele a chance de jogar em um time que deve ir para os Playoffs, onde ele poderá ser útil e importante. E, claro, assim o Lakers recebe algo em troca.
Dos jogadores que vieram em troca, pouco a se falar porque eles pouco jogam. MarShon Brooks simplesmente não existiu na NBA depois daquele bom ano que teve como novato, bom para ele que o Lakers é o time da segunda chance na carreira nesta temporada. Deu certo com Xavier Henry, Kendall Marshall, Jodie Meeks, Jordan Farmar e Nick Young, por que não com Brooks? Já Kent Bazemore era até bem querido em Oakland, recebeu elogios de Mark Jackson, de seus companheiros de time e de vários caras que acompanham de perto o Warriors. Ele tem boa envergadura e defesa, o problema é seu arremesso e o jogo ofensivo em geral, ainda meio cru. Não tinha espaço no Warriors, que luta por coisas grandes, mas talvez no Lakers, podendo errar à vontade, seja a chance dele de mostrar se tem ou não lugar na NBA no próximo ano. Como torcedor do Lakers, confesso que estou animado em ver o que Bazemore pode fazer, ele foi muito bem na última Summer League de Las Vegas.
Vocês devem se lembrar de Kent Bazemore como o cara que marcou Tony Parker em alguns momentos da série entre Warriors e Spurs nos Playoffs do ano passado. Ele quase acertou a cesta da vitória no Jogo 1, momento estragado por aquela cesta de 3 espetacular de Manu Ginóbili.
Para o Warriors, excelente negócio. Eles precisavam desesperadamente de um armador reserva após o experimento Jordan Crawford não dar certo, e perderam só jogadores que nem usavam. Blake é rodado, bom arremessador, poderá jogar também ao lado de Steph Curry, e gosta de jogar na velocidade que o Warriors impõe em seus melhores jogos. Sempre bom ter mais de um criador de jogadas no elenco.