Mudanças improváveis

Vivemos dentro de um contrato silencioso no nosso mundinho das coberturas esportivas. Os leitores/telespectadores/torcedores pedem para que os escritores/colunistas façam previsões sobre o próximo ano ou campeonato, estes fazem, os outros a consomem. Todo mundo finge que isso é normal, sério e que não são só deduções forçadas que tem tudo para não dar certo. Uns desesperados para ~gerar conteúdo~, outros querendo consumir esporte até quando não está acontecendo nada. Ao se conferir as previsões com a realidade, sempre um resultado nada surpreendente: algumas estavam certas, outras estavam erradas.

Infelizmente não tenho aqui os números certinhos aqui, mas li um tempo atrás sobre um estudo que fizeram anos atrás com dúzias de comentaristas especialistas em NFL. Pediram para eles apostarem nos campeões de cada divisão antes da temporada começar e depois foram conferir os resultados. Acertaram em uma porcentagem digna de cara e coroa. E nem precisava um estudo sério sobre isso, vemos acontecer o tempo todo. Mas por que fazemos isso mesmo?

 

O primeiro, já citado, é que somos viciados em esporte. Como assim falta um mês para começar a temporada e ninguém escreve nada? Faça um preview! É um jeito da gente falar do que está acontecendo mesmo com nada acontecendo. Lembro que alguém no Twitter me criticou quando eu falei muito do Jeremy Lin no preview do New York Knicks. Era bem isso, ele queria saber do futuro, de previsões mirabolantes, e eu acabei falando do passado. Do que mudaria quando o time perdesse seu armador titular da temporada anterior. Para o torcedor aquilo era assunto ultrapassado.

Mas eu entendo isso porque tem um outro motivo que nos leva a querer essas previsões, sejam elas análises ou simplesmente palpites. Nós precisamos saber o que deveria acontecer quando assistimos um evento esportivo. Pensa bem, não é muito mais legal assistir aquele esporte bizarro nas olimpíadas quando descobrimos quem é o atual campeão? E quando sabemos quem é o seu maior rival, o recordista e os dois que tem uma rixa antiga? Quando um brasileiro está competindo é algo assim, temos pelo menos uma informação, sabemos para quem devemos torcer. Quando temos outras informações, sabemos para quem torcer contra, de quem esperar genialidade e por aí vai.

Eu já tinha isso rascunhado na minha cabeça há algum tempo, mas ficou bem mais claro acompanhando o UFC. Muita gente virou fã, me fizeram assistir. Só que eu não entendia nada, pra mim era só briga de sunga. O que, convenhamos, não é lá um dos melhores atrativos para um sábado à noite. Mas aí alguém me explicou dos estilos de luta, o que fazer quando alguém usa tal estratégia. Aí conheci os grandes nomes e, mais importante, comecei a ler os previews antes das lutas. Caras comentando o estilo de cada lutador e o que cada um deveria fazer para superar o adversário. Pronto, eu tinha com o que me ocupar durante a luta. Não sou fã, mas aprendi a assistir.

Porém fazer um comentário específico sobre uma única luta é um negócio, outra é fazer um preview de um campeonato inteiro, como às vezes tentamos fazer com a NBA. E tem mais, é bem mais fácil fazer comentários futurísticos em esportes individuais, onde temos a história do cara como base. Mas e com times? E com grupos que nunca vimos juntos?

Mas é aí que entra a outra graça do esporte: a surpresa. Nós adoramos uma zebra, uma troca inesperada, uma contratação maluca, um Jeremy Lin que veio do absoluto nada para encantar o mundo. Então as previsões tem um caminho duplo, elas são feitas para a gente conseguir acompanhar o esporte sabendo minimamente o que deve acontecer, isso faz a gente criar uma relação e uma intimidade com o jogo. Por outro lado, nós precisamos do inesperado. Precisamos do plot twist na história, aquilo que nenhum especialista pode prever. Precisamos que as previsões não estejam sempre certas para não estragar a surpresa.

 

Ok, escrevi uns 6 parágrafos a mais do que planejei para introduzir o tema. O plano inicial era falar de alguns jogadores que estão bem melhores do que qualquer um poderia imaginar antes da temporada começar. Não são só dos que ninguém conhecia e que começaram a brilhar, mas jogadores veteranos que nós víamos como em plena decadência e que deram a volta por cima. São três que tem mais de 30 anos e se reinventaram na carreira.

Começo com o cara que mais me surpreendeu, Matt Barnes, 32 anos. O ala do Los Angeles Clippers está com médias de 14 pontos e 40% de acerto da linha dos 3 pontos em dezembro. Ele tem sido o melhor defensor de perímetro do time mais quente da NBA (14 vitórias seguidas, a maioria surras humilhantes), acerta bolas da zona morta como se fossem lances-livres e tem feito inúmeras cestas fáceis só por se mexer da maneira certa em quadra e esperar os passes geniais de Chris Paul. Não exagero quando digo que em pelo menos umas 4 vezes nessa temporada eu terminei de ver um jogo do Clippers achando que Matt Barnes foi o melhor jogador do time em quadra. Nada mal para um cara que estava desempregado pouco tempo antes do campeonato começar.

Depois de uma passagem bem discreta pelo Lakers, ele não despertou muito interesse ao redor da NBA. Aí um dia comentou com seu amigo Chris Paul que estava sem perspectiva para jogar e o armador deu a sugestão para a diretoria do Clippers. Por que não chamar o cara? Espaço no elenco, apesar da contratação de Grant Hill, eles ainda tinham. Ou seja, Chris Paul melhor General Manager da temporada. Barnes se destaca por saber se mexer sem a bola, parece que não se encaixou muito bem no Lakers, onde o time se mexia pouco e os cortes em direção à cesta eram limitados devido a presença sempre de Andrew Bynum ou Pau Gasol na área pintada. Só como arremessador ele pouco chamou a atenção.

O Clippers, por outro lado, é um time que cria muito espaço. A defesa é obrigada a reagir sempre que Chris Paul começa a driblar e atacar a cesta, precisa se mexer quando o armador faz o pick-and-roll com Blake Griffin e sempre devem estar atentos com os rebotes de ataque de DeAndre Jordan. Matt Barnes tem sido o melhor do time em ler as reações da defesa e achar o espaço vazio para pontuar.

 

Outro que se reinventou nesse ano é o outrora conhecido como Ron Artest, Metta World Peace. Não sei que Herbalife ele tomou no verão americano, mas ele voltou para essa temporada muito mais magro que nos últimos anos, muito mais ágil e ainda com aquele peitoral feito de concreto. Apesar dos 33 anos de idade nas costas, ele está lá ao lado de Carmelo Anthony, LeBron James e Kendrick Perkins como os caras mais fortes da liga.

Com a melhora física, World Peace passou a defender melhor que nos últimos anos, lembrando mais o Artest de anos atrás. Para falar a verdade, ele estava defendendo bem nos últimos anos, mas estava cada vez com mais dificuldade de enfrentar jogadores mais baixos e leves e tendo que se contentar em defender caras no seu nível de velocidade e mobilidade. Nessa temporada ele voltou a fazer diferença contra caras ágeis, como foi o caso da defesa fora de série que ele fez sobre Carmelo Anthony no Natal. E seus 37% de acerto dos 3 pontos, um número bem respeitável, está pau a paul com as médias que ele teve em Sacramento e Houston,

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lá pelos seus 28 anos, no seu auge ofensivo.

Aliás, falando em auge, arriscaria dizer que estamos vendo o melhor ano da carreira de Metta World Artest. Seus melhores números para uma temporada são dos 7 jogos que ele disputou em 2004-05 antes de ser suspenso pelo resto do ano naquela briga épica em Detroit. Anos depois, em Sacramento e Houston, teve bons números de ataque. Nos anos de Bulls no comecinho da carreira ele chegou a ter 3 roubos de bola por jogo!

O Artest desse ano não é o melhor na defesa, não é o melhor no ataque, está um pouco abaixo dos seus melhores dias como arremessador e a forma física, embora espetacular, não tem a vitalidade dos 25 anos. Como então esse pode ser considerado seu melhor ano? Primeiro que ele está bem próximo de suas melhores marcas em todos esses aspectos, depois que está fazendo tudo isso ao mesmo tempo e sem prejudicar o time. Desde que ele chegou no Lakers a única real confusão que ele se meteu foi a cotovelada em James Harden, mas foi um lapso momentâneo em algumas temporadas bem tranquilas para seus padrões. Ou seja, ele está perto do que fazia nos melhores anos, mas agora usando esse poder para o bem. Não para brigar com companheiros, técnico, aparelhos de TV, torcedores e nem querendo desistir de tudo para promover seu álbum de rap.

Fechando o trio de mudanças imprevisíveis, cito Jason Kidd. Um dos armadores mais espetaculares de todos os tempos, o cara com olhos nas costas, um dos grandes passadores da história da NBA agora faz carreira como arremessador. Sim, o mesmo cara que era chamado de Ason Kidd porque não tinha J de jumper!

Tá bom que na temporada passada, ainda no Dallas Mavericks, ele cada vez menos concentrava o jogo em suas mãos e atuava longe da bola, castigando os adversários com um arremesso de 3 pontos que ele demorou décadas para aprender. Porém ele ainda era o armador do time, o cara que levava a bola de um lado para o outro, o cara que começava e ditava o ataque. Mas esse ano não, no Knicks esse trabalho é todo de Raymond Felton. Jason Kidd, embora, claro, sempre dê bons passes e ajude horrores em fazer a bola se mexer, é, oficialmente, um shooting guard.

E pior, uns 10 anos atrás a defesa de Jason Kidd era considerada uma parte fraca do seu jogo. Hoje ele marca até alas dos outros times, incluindo caras como Kobe Bryant, com uma maestria difícil de se ver em caras de 40 anos de idade. Juro que nunca vi um jogador mudar tanto na carreira desde que o Rincón deixou de ser atacante pra virar primeiro volante. Sei que a mudança de Jason Kidd foi gradual, mas nessa temporada chegou a um ponto que eu nunca imaginei possível. O Knicks agradece, um shooting guard que sabe como rodar a bola e mete suas bolinhas de vez em quando tem sido um dos segredos para a eficiência do grupo de Mike Woodson.

Até dá para citar também Tim Duncan, que está fazendo sua melhor temporada dos últimos 3 anos, talvez. Esqueci de mais algum vovô que está mandando bem quando todo mundo esperava o contrário?

O melhor time ruim

O largo DeMarcus Cousins é um dos grandes pivôs da nova geração do basquete americano. Em uma época de small ball é cada vez mais necessário ter um pivô que, sozinho, tome conta do garrafão. É possível argumentar que não é o fim dos pivôs na NBA, apenas o fim dos pivôs medíocres. Logo, quando se acha um dos poucos que se pode confiar, e Cousins parece ser um deles, deve se apostar tudo no cara, certo?

 

Em teoria sim, mas na prática as coisas são mais complicadas. Parece óbvio que uma franquia que está há quase 10 anos sem produzir um time decente deva colocar todas suas fichas nesse pivô de apenas 22 anos que conseguiu médias de 18 pontos e 11 rebotes na última temporada, além de ser um dos raros caras da sua posição a acabar a temporada com média superior a 1 roubo e 1 toco por partida. Cousins é pesado, mas ágil, uma combinação que Shaquille O’Neal já mostrou que pode ser impossível de ser defendida.

Porém, em menos de 2 meses de temporada 2012-13, Cousins já foi suspenso por um jogo por dar uma porrada nas partes baixas de OJ Mayo. Depois suspenso por dois jogos por ofender um comentarista de San Antonio que tinha falado mal do pivô. Por fim, discutiu com o técnico Keith Smart em um pedido de tempo e depois novamente no vestiário, de onde nem voltou para o 2º tempo contra o LA Clippers na última sexta-feira. Agora está suspenso por tempo indeterminado. Ele também é segundo colocado (atrás de Matt Barnes e Carmelo Anthony) em faltas técnicas na temporada, são 7 em 23 jogos. Isso sem contar seu histórico de brigas com técnicos, foi Paul Westphal antes de Keith Smart e confusões no seu ano de faculdade em Kentucky e até nos tempos de colegial.

É importante lembrar que o Kings já tenta bancar Cousins faz um tempo. O Paul Westphal foi mandado embora justamente depois de ter entrado em conflito com o jogador, mais ou menos uma coisa Neymar e Dorival Júnior mas com menos penteados estranhos e sem os comentários do Neto na TV. Se ele foi suspenso por tempo indeterminado agora não é porque fez algo mais grave que antes, mas porque não para de fazer bobagens.

E prefiro usar a palavra “bobagem” à “indisciplina“. Dependendo do caso não é ruim ser indisciplinado, o cara pode ter seus motivos para não obedecer. Mas o que Cousins faz são bobagens. Reclamações gratuitas no meio de jogos difíceis, não voltar para a defesa porque está bravinho que não recebeu um passe, faltas duras, quase agressões, quando está frustrado na defesa. Sem contar as brigas com técnicos só porque toma broncas.

Já começaram os boatos de troca do DeMarcus Cousins, claro, mas será que o Kings vai topar? Eu apostaria que ainda não, mas é uma possibilidade real. Se o Kings for trocar alguém talentoso, acho que o fariam com Tyreke Evans. Ele não tem tanto problema de brigas ou explosões emotivas, mas de comprometimento, treino, liderança e vontade de melhorar o seu próprio jogo e o time. Depois de uma das melhores temporadas de novatos de todos os tempos, um dos pouquíssimos jogadores a acabar seu primeiro ano de profissional com pelo menos 20 pontos, 5 rebotes e 5 assistências de média, nunca mais jogou nesse nível. No fim das contas o Kings não deu uma extensão de contrato para Evans e ele será um Free Agent Restrito ao fim da temporada 12-13.

 

Pensando sobre o que o Kings deveria fazer, lembrei de outros casos de jogadores considerados “problemáticos” no começo de suas carreiras. Caras de temperamento explosivo como Ron Artest e Rasheed Wallace, talentosos-preguiçosos-irresponsáveis como JR Smith e Andray Blatche e até que não são de causar problemas extra-quadra, mas que não chegaram na NBA com a cabeça de um jogador profissional, como JaVale McGee e Tyson Chandler. O que todos eles tem em comum? De um jeito ou de outro todo mundo se acertou (McGee está melhorando, juro), o talento falou mais alto, mas em nenhum caso o beneficiário foi o time que investiu nele quando eram novos.

O Ron Artest saiu cedo do Bulls e jogava muito no Indiana Pacers, é verdade, mas foi o maior responsável por desmontar aquele favorito ao título de 2004 e colocar a franquia num limbo de que só saíram agora em 2012. Ele começou a render de verdade, com mais responsabilidade e jogo de equipe no Houston Rockets e depois no Los Angeles Lakers. Mesma coisa com Rasheed Wallace, rendeu muito no Portland Trail Blazers, claro, mas virou uma referência positiva ao time, não o cara que estragava tudo quando perdia a cabeça, quando foi para o Detroit Pistons.

O mesmo vale para os outros. JR Smith é excelente e faz ótima temporada pelo Knicks, mas nunca deu nada para o time que investiu nele quando era um pirralho, o Hornets. Andray Blatche afundou o Wizards por anos até finalmente começar a jogar bem pelo Brooklyn Nets nesse ano. Já comentei uma entrevista do Tyson Chandler que ele admite, hoje, que não estava nem um pouco preparado para a NBA quando chegou à liga em 2000 no Chicago Bulls. Foi começar a jogar bem mais de 5 anos depois, no Hornets, e chegou a seu auge no Dallas Mavericks, uma década depois de ser draftado.

Em alguns casos a mudança tem a ver com a idade. Caras como JR Smith e Tyson Chandler chegaram adolescentes na NBA e precisavam de tempo para amadurecer como pessoa e depois como jogador. Em outros casos é uma questão de liderança, Rasheed Wallace precisou ter a companhia de Ben Wallace, Chauncey Billups e Larry Brown para se acalmar e saber seu papel no time. No caso do Ron Artest ele foi atrás de tratamento psicológico e não à toa sua psiquiatra recebeu agradecimento especial na entrevista pós-título mais épica de todos os tempos. Fiquei muito feliz ao ler hoje que o Andre Drummond, de apenas 19 anos, levou sua mãe e sua irmã para morar com ele em Detroit para ajudá-lo com a transição para a vida adulta da NBA. Segundo o jogador, foi “a melhor coisa que fiz até hoje”.

 

 

Meu ponto é que realmente não sei o quanto vale a pena apostar em jovens jogadores que tenham qualquer tipo de problema de comportamento, maturidade ou até problemas psicológicos, como era o caso de Artest. Não duvido, por exemplo, que o Royce White vai achar seu espaço na NBA. Mas será que vai ser no Houston Rockets? Talvez a relação entre jogador e equipe já esteja desgastada demais e ele acabe dando o fora. Deixe-me dizer melhor com outras palavras: o talento fala mais alto e vale a pena apostar nesses caras com problema de comportamento, sim, só não sei quando.

Relembrei todos esses casos porque procuro tomar muito cuidado quando falamos dos tais jogadores-problema. Alguns deles tem comportamento e/ou distúrbios psicológicos que qualquer outra pessoa tem, mas são mal vistos simplesmente porque nós enxergamos atletas de um jeito diferente. Eles devem ser peças mecânicas de uma grande engrenagem, o time, ao mesmo tempo que são grandes companheiros, líderes (embora submissos ao técnico) e exemplos para as criancinhas que assistem basquete. Simplesmente esperamos demais deles.

Então não acho o DeMarcus Cousins um babaca, ou um desperdício de talento. Acho que ele é um dos melhores pivôs da NBA já hoje e tem tudo pra ser ainda melhor nos próximos anos, mas que por enquanto não sabe usar esse talento todo a favor do seu time. Porém o Sacramento Kings não tem esse privilégio de enxergar as coisas com um olhar humano, para eles é competição e negócio. E precisam tomar uma decisão logo. Vão manter DeMarcus Cousins e Tyreke Evans arriscando deixar a situação dos dois insustentável? Ou trocam eles com times que estão em busca de jovens talentosos antes que corram o risco de perdê-los por nada?

No lugar deles eu não faria essa troca, faria outras. Acho que o Kings sofre com problemas de liderança e de bons exemplos. E bom exemplo no sentido de chegar cedo no treino e estudar o adversário, não de fazer caridade. No ambiente competitivo da NBA os próprios jogadores possuem um respeito imediato e quase sagrado aos chamados “jogadores vencedores”. São caras que já conquistaram um anel de campeão da NBA, que disputam Playoffs todos os anos, que já acertaram bolas decisivas ao longo da carreira. Dentro da liga, aliás, em todos os esportes, jogadores veteranos também são automaticamente escutados. Na sua firma talvez o cara mais velho seja ignorado pelo recém-formado de gel no cabelo que se acha um gênio, mas o esporte nutre uma adoração aos caras que estão na ativa há muito tempo.

Outro dia o Jeff Van Gundy comentou a melhora do Andray Blatche no Nets em uma transmissão da ESPN. O ex-técnico disse que muitas vezes jovens jogadores que estão em times que só tem pirralhos, o caso do Wizards, não tem parâmetro de como funciona a NBA. Eles fazem daquele jeito e acham que é sempre assim. Aí aparece um Kobe Bryant com 34 anos estudando vídeo do adversário na madrugada, no avião, ou Ray Allen chegando no ginásio 5 horas antes do jogo para treinar arremessos e eles quebram a cara. Para Van Gundy, o segredo da melhora de Blatche é o fato de estar em volta de Deron Williams, Joe Johnson e Gerald Wallace, simples assim.

Mas quem no Sacramento Kings tem uma história na NBA? Quem poderia sentar para conversar com DeMarcus Cousins? O John Salmons?  Travis Outlaw? Aaron Brooks?

Apostar em times jovens é muito arriscado. O OKC Thunder é o exemplo máximo de como isso deu certo, mas eles deram sorte de achar um grupo de escoteiros que são obedientes, esforçados e que tem uma amizade enorme entre eles. É um caso quase único numa liga onde os times jovens costumam fracassar enormemente. E o Kings, sem pensar nisso, como reforçou seu time para essa temporada? Com o Aaron Brooks, um ainda jovem armador irresponsável que só sabe arremessar (mas arremessa pra cacete!) e com o novato Thomas Robinson. Não resolveu nada.

Outro dia comentei no Twitter como a defesa de transição do Kings era a maior piada da NBA. Tentem ver um jogo deles (de madrugada, todos os outros acabaram e sobra o Kings) e prestem atenção em como voltam para a defesa depois de errarem um arremesso. Um volta trotando, outro conversando (xingando) o juiz, um terceiro fazendo sinal negativo com a cabeça e dois fingem marcar o contra-ataque adversário. Alguém dá um puxão de orelha? Nada. Quando o técnico faz, DeMarcus Cousins o xinga. E Keith Smart não teve um bom histórico ao lidar com um time jovem na sua temporada pelo Golden State Warriors há dois anos, diga-se de passagem.

Um técnico que saiba lidar e cobrar os jovens, como está fazendo Michael Dunlap no Bobcats apesar das derrotas, seria um ótimo começo. Só ver o que Doug Collins faz com o jovem e limitado Sixers. E será que não dá pra trocar bons talentos como Jason Thompson ou Jimmer Fredette, o jogador mais consciente do time, disparado, por um veterano? Ou mesmo o Francisco Garcia com seu atraente contrato expirante e Chuck Hayes, o pivô anão mais esforçado da história. É possível. Até porque o veterano não precisa ser uma estrela, Tyreke Evans e DeMarcus Cousins tem esse papel. Por enquanto.

Para encerrar, o melhor vídeo do DeMarcus Cousins na internets:

>O símbolo de uma seleção

>

Rajon Rondo fingiu dor de barriga e foi cagar em casa

A seleção dos Estados Unidos precisava tomar uma última decisão: quem cortar do grupo de 13 jogadores que restaram até agora no elenco? Após uma série de contusões, desistências e fedor (caso específico do JaVale McGee), acreditava-se que três jogadores estavam com a corda no pescoço: Eric Gordon, Russell Westbrook e Stephen Curry. Para entender o motivo, vamos dar uma olhada em todos os jogadores do elenco e em que posições estão jogando pela seleção:

PG

Rajon Rondo: Foi titular em todos os amistosos e só perdeu a vaga nos dois últimos. Joga nessa seleção como o Kidd jogava na seleção campeã olímpica, ou seja, sem dar um único arremesso sequer e se encarregando de armar o jogo o tempo inteiro, pegar rebotes e puxar o contra-ataque. Não acertaria um arremesso nem pra salvar a mãe, mas num elenco sem pivôs sua capacidade de pegar rebotes é fundamental e mantém o time jogando em contra-ataques. Além disso, jogou duas finais de NBA e apesar de não ter um pelo sequer na cara, seria a voz da experiência nesse time assim como o Kidd foi para a seleção olímpica. Fora que ele é, disparado, o melhor defensor dessa equipe e poderia cancelar a armação adversária. Contra os times mais estabanados, a seleção poderia vencer apenas com a marcação do Rondo, mas contra as seleções mais fortes, sua falta de arremesso pode ser explorada.

Stephen Curry: Teve minutos limitados por lesão e atuações muito inconstantes, mas soube como vencer a zona driblando por entre defensores e arremessando de três sem dificuldades. Apesar de só ter jogado um ano de NBA e ter mais cara de bebê do que o Jermaine O’Neal (vale dar uma olhada nessa camiseta “Baby Faced Assassin”), o Steph Curry já é um dos melhores arremessadores da liga e sabe correr no contra-ataque como só um jogador do Warriors saberia fazer. A lesão e a inexperiência limitaram muito seu papel na equipe.

Derrick Rose: Um gênio da infiltração, forte como oito touros selvagens, mas com bom arremesso e visão de jogo. Pessoalmente não acho ele tudo isso, mas confesso que é provavelmente o armador mais completo dessa seleção, faz tudo bem e não tem nenhuma falha aparente. Acabou ganhando o posto de titular no último amistoso da seleção.

Russell Westbrook: Provavelmente o melhor jogador no contra-ataque dessa seleção, mortal quando defendido no mano-a-mano, mas limitadíssimo contra zonas porque não tem um arremesso de três pontos decente. A equipe tem armadores demais e ele parecia o mais desnecessário, até que mostrou serviço na defesa, nos rebotes, e provou que tem um arremesso mortal de média-distância que nem a mãe dele conhecia quando começou o segundo tempo do penúltimo amistoso como titular.

SG

Chauncey Billups: O vovô da equipe, essencial para manter a calma (e os bocejos) do elenco mesmo quando estiverem perdendo por 40 pontos como acontecia nos seus tempos de Pistons. Curiosamente, na seleção ele não joga armando o jogo, mas sim finalizando no perímetro. É forte e inteligente o bastante para saber levar armadores adversários até o garrafão e jogar de costas para a cesta, tem fama de acertar os arremessos decisivos quando o time precisa, e pode armar o jogo se precisar. É titular absoluto.

Eric Gordon: Limitado por lesões, também jogou pouco. É baixinho, um defensor esforçado mas não espetacular, não tem nenhuma experiência na NBA, e não estaria nessa conversa se não fosse um dos melhores arremessadores de três do planeta. Ele tem aquela síndrome de Sasha Vujacic, a gente vê ele arremessando nos jogos e acha que ele é só bom, mas quem lhe vê treinando diz que ele é de outro planeta. Sempre esteve para ser cortado da seleção, mas aí deixava todo mundo babando nos treinamentos e tinha um ou outro momento fantástico nos jogos. Não é consistente, mas pode vencer um jogo sozinho de repente.

SF/PF

Kevin Durant: Agora o Durant não é mais surpresa, todo mundo sabe quão bom ele é, e podemos então começar a odiá-lo por ser estrelinha e dizer que ele é “muito 2009”. Vai levar essa seleção nas costas quando o negócio apertar, é impossível marcá-lo, pode jogar tanto tão bem dentro quanto fora do garrafão, e com seus braços de Tayshaun Prince ainda é um monstro na defesa, venceu o jogo contra a Espanha com dois tocos seguidos nos segundos finais.

Rudy Gay: Na seleção, vai jogar dentro do garrafão. É forte e técnico o bastante para saber jogar contra os jogadores mais altos do resto do mundo, mas tem um arremesso de três confiável pra burro. É um dos jogadores mais consistentes daquele Grizzlies em que todo mundo quer garantir seus pontinhos e sabe jogar bem sem a bola. Deve ser titular ao lado do Durant.

Danny Granger: Um dos melhores pontuadores da NBA, vai ser cestinha da temporada regular mais cedo ou mais tarde, é um dos melhores arremessadores de três pontos, e forte o bastante para, como LeBron fez na seleção olimpica, jogar dentro do garrafão. O “Granny Danger” também teve sua situação na seleção abalada por uma contusão, mas assim que seu dedo lesionado melhorou um pouquinho, já voltou pontuando como um maluco. Não dá pra abrir mão dele especialmente contra defesas por zona.

Andre Iguodala: Um dos melhores defensores da equipe, pau a pau com o Rondo, ideal para anular a estrela adversária. Só por isso já merecia estar no banco, mas o Iguodala também tem um arremesso de três pontos bacaninha o bastante para conseguir se garantir no ataque, fora que é um monstro nos contra-ataques e é uma das armas principais da defesa sufocante que a seleção colocou em prática nos amistosos.

C

Tyson Chandler: O único pivô de verdade no elenco, mas quando está em quadra o time perde bastante poder ofensivo. Ele está no time apenas porque é o único cara realmente grande que sobrou depois que David Lee, Brook Lopez, Robin Lopez, JaVale McGee e Amar’e Stoudemire deram o fora da seleção ou foram chutados pra longe. Seu papel é puramente defensivo desde que perdeu o posto de titular para o Lamar Odom, e deve ser assim durante o Mundial. Carta na manga apenas para ser usada para marcar os melhores pivôs adversários. E convenhamos, na FIBA, com os melhores da posição não jogando por suas seleções, isso nunca será sequer necessário.

Lamar Odom: Virou pivô nessa seleção, o que é muito esperto. O Odom finge saber arremessar de três pontos como deve-se fazer no basquete internacional, é grande o bastante para atrapalhar pivôs adversários, e é imarcável porque bate bola como armador, infiltra como armador, e nenhum jogador de garrafão será capaz de correr atrás dele. No contra-ataque ele sempre acaba sobrando livre, sem no entanto comprometer nos rebotes. Vai ser o titular ac
ertadamente.

Kevin Love: Por ser um ótimo arremessador, inclusive de três pontos, e passar a bola melhor do que qualquer um dos armadores dessa seleção, é um achado para jogar contra zonas. Além disso, é um ótimo reboteiro e com seus passes de “quarterback” liga rapidamente os contra-ataques. Deve ter um papel limitado no Mundial, mas como o time não tem outros pivôs, tem lugar garantido.

Como pudemos ver, todos os jogadores de garrafão estão garantidos na seleção porque não sobraram muitos otários para a função. Nas alas, todos os quatro jogadores arremessam de três, são bons defensores, e podem jogar tanto dentro quanto fora do garrafão. Na armação, o Billups é o único que tem cadeira cativa, pode até comer a filha do dono se quiser, mas Derrick Rose e Rajon Rondo receberam mais confiança e tiveram papéis importantes durante os amistosos. Westbrook não arremessa de três, Eric Gordon é muito baixo e não sabe armar o jogo, Stephen Curry arremessa demais e não tem nenhuma experiência, e todos eles sofreram com alguma contusão durante o preparamento. Um dos três deveria ser cortado eventualmente. No último amistoso da seleção dos Estados Unidos, o Rajon Rondo não jogou e a comissão técnica disse que queria ver o que Curry, Gordon e Westbrook poderiam produzir. Para mim, uma clara indicação de que os três estavam com a água na bunda e que quem se saísse pior iria voltar pra casa, no maior estilo prova de “Big Brother”.

Mas o Rajon Rondo entendeu diferente. Frente às alegações da comissão técnica de que não dava pra jogar no basquete internacional com dois jogadores que não sabem arremessar, ele entendeu que não jogar na última partida foi apenas a confirmação de que com Curry, Gordon e Westbrook, a seleção iria se sair melhor do que com ele em quadra. Enquanto todo mundo pensou que a alegação era apenas a justificativa final para colocar Tyson Chandler no banco, Rondo achou que tudo se referia a ele. Típico de menina com mania de perseguição que acha que todo mundo está dando indiretas sobre ela estar gorda.

No entanto, pouco tempo depois saiu o comunicado de que Rajon Rondo pediu para sair da seleção por questões pessoais, familiares. A comissão técnica agradeceu os serviços do armador, ficou feliz da vida e não teve que fazer corte nenhum. Talvez a paranóia do Rondo tenha ido longe demais e ele tenha se sentido tão pouco querido que preferiu pedir pra cagar e ir embora. É possível que, depois de ter jogado como titular tantos jogos na NBA e ter assumido tão bem a posição de armador titular da seleção, Rondo tenha ficado verdadeiramente ofendido com a indireta sobre jogadores que não arremessam, com ter sido substituído no quinteto titular pelo Westbrook no segundo tempo de um jogo, e por não ter jogado nenhum minuto sequer no último amistoso. Mas se foi isso que aconteceu, é culpa dos engravatados por não terem explicado direito, bastava sentar e dizer para o Rondo que só estavam testando os outros jogadores, mas que ele estava garantido. Se não fizeram isso, começo a desconfiar que não era paranóia do Rondo mesmo. Ele tem razão de se sentir pouco querido e ter pedido para sair porque, pelo jeito, a comissão técnica não tinha certeza de sua vaga apesar da qualidade dos serviços prestados. Parto do pressuposto que eles são espertos o bastante para deixar o Rondo contente e seguro se realmente quisessem ele na equipe.

Para confirmar essa hipótese, começaram a surgir boatos de que a comissão se reuniu com o Rondo, anunciaram que ele seria cortado, e aí deram um tempo para que o Rondo anunciasse que estava deixando a seleção por conta própria, só pra não ficar feio, do tipo “fala que teu cachorro comeu a lição de casa”. Acho isso um tanto difícil, mas possível. Mas, independente do que realmente aconteceu entre eles, o que importa é que a titularidade do Rondo nunca foi garantida para a comissão técnica como parecia para nós, torcedores, e ninguém fez questão de tranquilizar a situação do armador, trataram o Rondo como alguém que poderia ser cortado a qualquer momento mesmo sendo titular – algo que não aconteceu com Billups, Durant, Odom, e até com o Kevin Love, que é mais “B” do que o resto.

Não consigo pensar em prova maior da inteligência do técnico Mike Krzyzewski. Postei recentemente sobre as defesas por zona internacionais e as diferenças das regras da NBA e da FIBA, e a conclusão óbvia é que não interessa levar os melhores jogadores da NBA, os jogadores mais famosos e mais fodões. O que importa é levar os jogadores mais competentes para competir dentro das regras da FIBA, ou seja, arremessadores de três pontos. Um garrafão forte sem arremessadores não ganhará um Mundial para o Brasil e também não funcionaria para os Estados Unidos. Odom e Kevin Love são pivôs perfeitos dentro das regras da FIBA, e eu estava achando muito idiota alguém pensar em cortar Stephen Curry ou Eric Gordon, dois dos melhores arremessadores da NBA. Se alguém tinha que ir embora, que fosse o Russell Westbrook, que não sabe arremessar de três, mas no fim das contas seu arremesso de média distância se provou muito útil contra zonas. A incapacidade de Rajon Rondo de acertar arremessos tornou sua presença cada vez mais nociva, e as boas atuações dos outros armadores na hora de chamar as jogadas provaram que sua capacidade de armar o jogo não era tão essencial assim.

O Rajon Rondo é um gênio em quadra, faz tudo certo, sempre com o mínimo de esforço. Mas se as defesas da NBA já se beneficiam de seu arremesso mequetrefe, nas regras da FIBA ele passa a ser uma piada, o cara que não precisa ser marcado e que torna a defesa por zona ainda mais eficiente porque pode se concentrar nos outros. Quando bate para dentro, sofre faltas e tem péssimo aproveitamento de lances livres, não dava pra deixá-lo em quadra nos momentos decisivos, então cabia a ele não pontuar e apenas armar para um time em que quase todo mundo pode armar, até o próprio Lamar Odom, e em que até os jogadores menos talentosos sabem passar bem a bola, como o Kevin Love. Aqui está a prova de que os Estados Unidos devem ser campeões mundiais: Rajon Rondo é um dos melhores jogadores desse elenco e mesmo assim foi para casa sem dó, inventando desculpa ou não, porque os outros se encaixam melhor nas regras, no plano, na tática. Esse tipo de culhão e foco garante que os melhores fiquem em casa enquanto os mais adequados para o torneio estejam em quadra. Quero ver alguém vencer uma equipe com tantos arremessadores dentro de regras em que o garrafão é tão prejudicado. Não existe mais prepotência dentro da seleção americana, agora eles encaram a realidade da FIBA de frente, como algo diferente que deve ser compreendido e dominado, e assim podem vencer tranquilamente. O Rondo é o grande símbolo dessa seleção, de como os nomes são menos importantes do que a eficiência, de como talento não significa necessariamente vitória. Com um quinteto titular de Derrick Rose, Billups, Durant, Iguodala e Odom, o trabalho está feito. Em nome da vitória, Rondo assistirá de casa.

>Avaliação anual de pivetes

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– Agora segurar novato com as duas mãos é falta, professor?

Ontem foram divulgados os times de novatos e dos sophomores (os jogadores de segundo ano) que irão se enfrentar na noite de sexta-feira do fim de semana das estrelas. Os times são os seguintes:

Novatos: Stephen Curry (Warriors), Jonny Flynn (Wolves), Brandon Jennings (Bucks), Tyreke Evans (Kings), James Harden (Thunder), Taj Gibson (Bulls), Omri Casspi (Kings), Jonas Jerebko (Pistons) e DeJuan Blair (Spurs)
Sophomores: Derrick Rose (Bulls), Russell Westbrook (Thunder), Eric Gordon (Clippers), OJ Mayo (Grizzlies), Danilo Gallinari (Knicks), Michael Beasley (Heat), Kevin Love (Wolves), Marc Gasol (Grizzlies) e Brook Lopez (Nets)
A primeira parte da nossa função de pitaqueiro é ver quem faltou. No time dos novatos eu senti falta do Ty Lawson, que vem jogando muito como reserva do Billups no Nuggets, ele está sendo melhor que o James Harden como sexto homem do Thunder, por exemplo. Sua ausência, porém, é facilmente explicada. O draft de 2009 teve armadores demais! O time já tem Curry, Flynn, Jennings e Evans. Além do Lawson podemos apontar ainda o Darren Collison, Eric Maynor, Jrue Holiday e AJ Price com boas temporadas até agora! Esses últimos nem estão jogando tão bem para merecer uma vaga no jogo, mas é assustador o número de bons armadores desse ano, e isso porque o Rubio amarelou e ficou na Espanha!
O excesso de armadores acabou prejudicando também os ala-armadores, os jogadores da posição 2. Provavelmente Curry e Evans vão dividir essa posição no jogo e com isso arrancaram a vaga de outros bons novatos como Wesley Matthews, DeMar DeRozan e Terrence Williams. Os três tem sido bons mas nem chegam perto do nível dos armadores, os dois últimos farão falta por causa do show, mas não mereciam mesmo uma vaga. Em compensação o DeRozan estará lá no intervalo do jogo para disputar uma vaga no campeonato de enterradas com o Eric Gordon.
Nada contra o Eric Gordon, mas ele é só um ótimo arremessador e não deveria estar lá. Ele mesmo disse que só esperava ser chamado para o campeonato de três pontos! Essa disputa deveria ser apenas entre novatos, com o DeRozan enfrentando o Terrence Williams. Vocês viram as duas enterradas dele na vitória (VITÓRIA!!!) do Nets sobre o Clippers (ah, era o Clippers…)?
Já o time dos sophomores é muito forte. Muito forte! Forte mesmo, tipo raios gama. A gente não botava tanta fé na classe dos novatos do ano passado mas eles saíram melhor que a encomenda. Se considerarmos o time titular com Rose, Mayo, Gallinari, Love e Lopez, isso quer dizer que o time reserva seria Westbrook, Gordon, Beasley e Gasol. São só 4 jogadores porque só 9 são chamados para o jogo, mas garanto que só os 4 em quadra já venceriam os novatos. Pela qualidade dos jogadores e por ter jogadores de mais de uma posição, acho que os sophomores vão manter a tradição e levar o jogo.
Entre as principais ausências do time dos sophomores estão a dupla do Kings Jason Thompson e Donte Greene, o Roy Hibbert, que é forte candidato a jogador que mais evoluiu na temporada, o George Hill do Spurs e até a Lady GaGa da NBA, o Ersan Ilyasova.
E já que estamos falando dos caras que foram novatos na temporada passada, é hora de relembrar de um post meu do ano passado. Na verdade eu nem lembrava que eu tinha feito essa porcaria, mas o nosso leitor João Inácio lembrou e me avisou. O post é esse aqui. Nele eu crio várias categorias para medir a qualidade dos atletas (desde Mega Estrelas até Pedaços de Carne Desformes e Imprestáveis) e digo onde cada novato irá se encaixar dentro de 5 anos.
Como sei que vocês não vão clicar pra ler o post antigo, vou postar aqui as partes mais importantes, onde explico as categorias e depois coloco os novatos do ano passado em cada uma delas.
…..
1.Mega Estrelas: São aqueles jogadores que vão jogar bem todo dia, que vão liderar franquias, que vão vender doces, biscoitos, tênis e celulares com seu nome, serão entrevistados pela Angélica e vão participar de vários All-Star Games.
Exemplos: LeBron James, Kobe Bryant, Tim Duncan, Chris Paul.

2. Estrelas Light: Sem áçucar, a estrela de soja só é uma estrela dependendo do desempenho do time na temporada. O cara só é cotado para participar do All-Star Game se o time está bem. Geralmente esse atleta é mais discreto e não é unanimidade entre os fãs, apesar de serem excelentes.
Exemplos: Antawn Jamison, David West, Pau Gasol, Stephen Jackson.

3.Caolho em terra de cego: Caolho em terra de cego é rei, mas ainda é caolho e não pega mulher. Esse tipo de jogador é muito melhor que a maioria da NBA mas ainda não pode se achar tudo isso.

São os jogadores que obviamente tem muito talento mas que nunca vão ser cogitados para liderar um time a uma campanha vitoriosa como uma primeira opção, são aqueles caras que só funcionam sendo a terceira opção do time. Em geral são jogadores que sofrem um certo preconceito porque um dia acharam que eles seriam Estrelas Light, ou sofrem pressão porque são novos e acham que podem virar uma Mega Estrela.
Exemplos: Lamar Odom, Rajon Rondo, Josh Howard, Richard Jefferson, Jose Calderon.

4. Role Player Integral: Cheio de gordura mas sem ser o Zach Randolph são aqueles caras que têm um papel específico no time e que sempre fazem esse papel muito bem. Eles são os jogadores limitados mas que, o que sabem fazer, fazem com perfeição. Costumam ser o sexto-homem de um bom time.
Exemplos: Shane Battier, Eddie House, Travis Outlaw, James Posey, Roger Mason

5. Role Player Desnatado: Se não tiver integral vai desnatado mesmo. Têm a mesma função dos role players integrais mas são incompetentes demais para serem regulares e confiáveis. É o tipo de jogador que joga bem em casa e mal fora ou bem contra time ruim e mal contra time bom.(Edit: Hoje eu chamo esses jogadores simplesmente de Radmanovics.)
Exemplos: Sasha Vujacic, Jared Jeffries, DeSagana Diop, JJ Barea

6. Zé Alguém: São aqueles caras que você sabe que estão na NBA, que participam dos jogos, mas que em um jogo disputado e que vale alguma coisa nunca vão estar em quadra nos momentos finais a não ser que algo bizarro aconteça (muitas contusões, muitos jogadores elimi
nados por falta, chantagem atômica).
Exemplos: Hilton Armstrong, Ryan Hollins, Charlie Bell, Trenton Hassell

7. Pedaço de carne desforme e imprestável: É aquele tipo de jogador que entra ano, sai ano e por algum milagre divino o cara continua com contrato. Na prática é só um pedaço de carne desforme e imprestável que nunca entra em quadra, só esquenta banco, entrega gatorade, aplaude e depois da temporada arranja outro time pra fazer a mesma coisa. Eles estão na liga mas não jogam.
Exemplos: Sean Marks, Mark Madsen, Brian Cardinal, Lorenzen Wright

Só saberemos ao certo onde cada um dos novatos desse ano vai se encaixar daqui um tempo, mas eu como blogueiro isento da responsabilidade de falar coisa com coisa, posso dar meus palpites de como será o status dos jogadores draftados em 2008 daqui umas 5 temporadas baseado no que vi nessa de 2008-09.

1. Mega Estrelas: Derrick Rose e OJ Mayo
2. Estrelas Light: Brook Lopez, Michael Beasley, Russell Westbrook, DJ Augustin, Greg Oden
3. Caolhos em terra de cego: Kevin Love, Eric Gordon, Jason Thompson, Jerryd Bayless, Rudy Fernandez
4. Role Player integral: Danilo Gallinari, Courtney Lee, George Hill, Nicolas Batum, DeAndre Jordan, Mario Chalmers, Marc Gasol
5. Role Player desnatado: Brandon Rush, Mareese Speights, Roy Hibbert, JaValle McGee, Ryan Anderson, Darrell Arthur, Luc Mbah a Moute, Mike Taylor, Anthony Morrow
6. Zé Alguém: Joe Alexander, Robin Lopez, Anthony Randolph, Donte Greene, Chris Douglas-Roberts, Kyle Weaver
7. PCDI: Kosta Koufos, Goran Dragic
0. Estarão fora da NBA: Alex Ajinca, DJ White, JR Giddens

…………….
A minha previsão era para os próximos cinco anos, então não posso dizer o que acertei e o que errei com toda a certeza, mas bastou um ano para que eu, um cara de opiniões fortes, mudasse totalmente de idéia sobre vários jogadores.
Acho, por exemplo, que subestimei Jason Thompson e Kevin Love. Os dois alas de força são melhores do que eu imaginava e tem tudo para subir um nível e virarem Estrelas Light a base de soja. Já o Michael Beasley causa cada vez mais duvidas em mim, o cara obviamente tem muito talento mas desaparece das partidas mais do que o saudoso Souza que jogava no meio campo do Corinthians nos anos 90.
Um que está em baixa mas que eu acho que não errei é o DJ Augustin. Ele tem cada vez menos espaço na rotação do Bobcats (que, convenhamos, nem tem banco de reservas!) mas é só porque ele é treinado pelo Larry Brown e com o Larry Brown ou você defende bem ou você vale menos que um absorvente usado. O Disque Jóquei Agostinho não é um grande defensor mas é rápido, tem bom passe, ótimo arremesso de três e se estivesse no Knicks estaria jogando muito. Ainda tem muita carreira pela frente.
Errei feio com o Danilo Gallinari. Achei que ele acabaria sendo só um arremessador mas agora que seus problemas nas costas são passado, o galináceo tá jogando muito bem. Sabe puxar contra-ataque, controla bem a bola e sabe até infiltrar bem. No fim das contas o Knicks agradece quando ele resolve jogar como um cara completo e não só como um clone branco do Rashard Lewis. Gallinari, assim como o surpreendente Marc Gasol (quem diria que aquele desengonçado faz mais que pegar rebotes?), também subiram um nível na minha lista.
Mas onde errei mesmo foi na previsão dos “Zé Alguém”. Donte Greene está se saindo um ótimo defensor e importante peça do Kings, o Anthony Randolph parece que vai ser um bom jogador quando se livrar das garras do Don Nelson, o Chris Douglas-Roberts finalmente conseguiu começar a jogar na NBA o que jogava na universidade, e o Robin Lopez, para minha surpresa, não é só um Brook Lopez ruim de um universo paralelo onde todo mundo é cabeludo (lembram do episódio do South Park onde todo mundo no universo paralelo tinha barba? Aquilo era humor.)
Por fim, errei também com o Goran Dragic. Aquele moleque inseguro que parecia que ia se mijar a cada vez que entrava em quadra hoje é a arma mais confiável do banco do Phoenix Suns. Bastaram alguns jogos razoáveis para ele se sentir mais confortável e jogar o que prometiam que ele iria jogar há um ano e meio atrás. Outro dia meteu 24 pontos só no primeiro tempo contra o Jazz. Ele é, no mínimo, um role player desnatado.
Se em um ano eu errei tanta coisa, nem quero ver daqui a quatro anos! Mas tudo bem, o importante é que vocês leitores esqueçam de todas as bobagens que a gente fala e continuem nos lendo porque somos engraçadinhos e temos o abdome definido. Vamos agora brincar de prever o futuro dos novatos dessa temporada? Afinal, pisou na merda, abre os dedos.
1. Mega Estrelas: Tyreke Evans e Brandon Jennings
2. Estrelas Light: Stephen Curry
3. Caolhos em terra de cego: Ty Lawson, Jonny Flynn, Omri Casspi, James Harden
4. Role Player integral: Jordan Hill, DeMar DeRozan, Hasheem Thabeet, Terrence Williams, Chase Budinger, Jonas Jerebko, DeJuan Blair
5. Role Player desnatado: Earl Clark, Jrue Holiday, Tyler Hasnbrough, Rodrigue Beaubois, Wesley Matthews, Marcus Thornton, Darren Collison, Eric Maynor, Jeff Pendegraph
6. Zé Alguém: James Johnson, Jon Brockman
7. PCDI: Gerald Henderson, Austin Daye
0. Estarão fora da NBA: BJ Mullens
Não coloquei Blake Griffin e Ricky Rubio na lista porque eles nunca jogaram na NBA, mas boto muita fé no futuro dos dois. Aqui ainda tenho um pouco de dúvidas sobre o Brandon Jennings, mas acredito que seus altos e baixos são mais porque ele é um novato do que por falta de talento. Com Flynn, Harden e Casspi fui cauteloso mas gostaria de ver pelo menos um deles continuar melhorando seu jogo para ganhar pontos de experiência e subir de level antes do último chefão.
Entre os desnatados ainda precisamos de tempo para ver Earl Clark e Tyler Hansbrough na NBA, os dois são os mais cotados para subirem nessa lista até o ano que vem.
Sobre o Tyreke Evans eu falo mais tarde no post em que vamos comentar os reservas do All-Star Game que serão divulgados hoje à noite. Sim, é isso mesmo o que vocês estão pensando, já confessei um dos meus votos.

>Uma temporada longa

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Se você está contente bata palmas

Ontem foi o enfadonho Media Day na NBA. A idéia do projeto é até bacana, um dia inteiro dedicado à imprensa antes de começarem os trabalhos para a próxima temporada, com dezenas de entrevistas, apresentações, coquetéis, coxinhas de frango engorduradas e etc.

Porém, se você pensar bem, ninguém tem muito a dizer porque não aconteceu nada. Estava todo mundo de férias e voltaram para o trabalho ontem com um microfone no meio da cara para dizer alguma coisa. O máximo que eles podem fazer é uma redação chamada “Minhas Férias” como a gente fazia na escola.
Alguns times que quase não mudaram de elenco, como o Kings, Nuggets e Knicks, não podem responder nada além do clássico “estamos ansiosos para a próxima temporada”, a frase mais falada do dia. Times que mudaram pouco, como o Lakers, o Cavs ou o Magic, só podem dizer “O nosso jogador-novo é um grande jogador e estamos ansiosos para jogar ao lado dele”.
As entrevistas um pouco mais interessantes são as dos times que passaram por alguma mudança maior no elenco, porque aí temos alguma previsão do que vai acontecer. O Alvin Gentry, técnico do Suns, por exemplo, disse que o garrafão titular da temporada será com Amar’e Stoudemire e Channing Frye. E até disse que o pivozão número 5 será o Amar’e, mas que na escalação ele aparecerá na posição 4 para não ficar bravo e começar a dizer que não gosta de jogar improvisado.
No Clippers o técnico Mike Dunleavy disse que o Blake Griffin começa a temporada vindo do banco de reservas e no Bulls foi dito que não mantiveram o Ben Gordon porque acham o John Salmons um jogador mais completo. Todas essas declarações até interessantes mas que podem virar farofa depois que os treinos pra valer começarem.
Mas no meio de entrevistas enfadonhas e outras levemente interessantes, tem o Warriors. A organização mais desorganizada da NBA é sempre um show à parte quando os seus atletas tem um microfone para falar.
No último dia 28 de agosto o Stephen Jackson, em um evento em Nova York, disse: “Não acho que serei um Warrior no ano que vem, estou tentando sair”. E foi ridiculamente multado em 25 mil dólares por “declarações públicas em detrimento da liga”, um jeito pomposo de dizer “Pareça feliz para as visitas, filho”.
Ontem os jornalistas foram perguntar o que ele tinha a dizer sobre a multa e se ele ainda pensava da mesma maneira. A resposta foi a mais óbvia possível: “Não me façam perguntas que vocês já sabem a resposta”. É óbvio que como nada mudou, ele ainda quer sair. E completou dizendo que muitos jogadores, incluindo o Kobe dois anos atrás, já tinham pedido publicamente por trocas e que ninguém foi multado, mas “não posso vencer a NBA, tenho que conviver com isso”.
O capitão do Warriors mediu um pouco as palavras para não ser multado mas explicou a sua insatisfação com o time. Disse que faltava mentalidade vencedora na equipe, que eles só deram passos para trás desde aquela vitória contra o Dallas em 2007 e, mais importante, “a nossa defesa é sempre um problema, eu não posso marcar todo mundo sozinho”. Se vocês lembrarem, na temporada passada o Stephen Jackson era sempre o responsável por marcar o melhor jogador adversário, não importa sua posição. Em um jogo contra o Hornets chegou ao patético de marcar em uma jogada o Chris Paul e na seguinte o David West.
Sem dúvida ele tem razão em todas as suas reclamações, o Warriors é hoje uma franquia destinada à derrota e como todo torcedor do Fluminense sabe, perder cansa. O detalhe é que o nosso Conca da NBA tinha uma chance de ter sido Free Agent e pulado fora ao fim dessa temporada, mas meses antes tinha assinado uma extensão de contrato. Ele disse que já naquela época, em novembro do ano passado, estava insatisfeito com o time mas que apesar de não ter feito faculdade não era burro o bastante para recusar 28 milhões de dólares.
Eu estava do lado do Stephen Jackson até essa declaração. Se ele é competitivo, quer vencer e não acha que o time está buscando isso, que dê o fora ou lute internamente para que isso mude. Mas não, ele resolve ficar só pelo dinheiro e ao invés de tentar mudar a filosofia do time só pede pra sair. O Warriors até tentou trocar ele, mas não é fácil trocar um cara de contrato longo (até 2013) que ganha 7 milhões de dólares atualmente e mais de 10 no último ano, em uma época de crise em que todos os times estão economizando para a temporada de Free Agents do ano que vem.
Só essas declarações do Jackson já seriam o bastante para o Warriors ter o pior Media Day da NBA. Mas não, pisou na merda então abre os dedos. O Monta Ellis deu uma entrevista onde diz com todas as palavras que é impossível ele jogar ao lado do novato Stephen Curry: “Nós, juntos? Não dá, simplesmente não dá.”
Surpresos, alguns jornalistas então perguntaram se ele estava sabendo que desde o draft o General Manager do Warriors dizia que os dois iam jogar juntos na armação titular do time. Ele então respondeu que podem até achar que vai dar certo, mas não vai. Segundo o Monta, ele e o Curry são pequenos demais para jogarem um ao lado do outro e que juntos eles não irão conseguir lidar com armadores maiores.
Se o Monta Ellis estivesse falando de um time que defende eu até daria razão para ele, mas desde quando o Don Nelson manda alguém marcar? Imagino que na cabeça do GM Larry Riley a dupla de baixinhos apesar de sofrer na defesa vai fazer sofrer no ataque com tamanha velocidade e agressividade. Era um risco que poderia dar certo se bem aplicado e que tem tudo, absolutamente tudo, pra dar errado se nem os jogadores envolvidos acreditam que pode funcionar.
Os dois melhores jogadores estão insatisfeitos, o técnico ainda é o Don Nelson e o promissor novato será ou reserva ou terá um companheiro que não acredita nele. E foi só o primeiro dia da pré-temporada do Golden State Warriors. Deve ter gente lá torcendo pra temporada acabar logo.

>Finalmente férias

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Blake Griffin só joga de novo em outubro

Há algum tempo fizemos um Top 10 com os melhores jogadores da Liga de Verão de Orlando. Mesmo com só um punhado de times mequetrefes, até deu pra fazer uma lista legal, com bons jogadores. Mas agora a história é outra, tinha tanta gente jogando em Las Vegas que limitar a 10 jogadores seria colocar muito julgamento nosso em jogo e privar vocês de nossos essenciais e longos comentários sobre outros tantos jogadores interessantes.
Então vamos dividir os principais jogadores da Summer League em grupos de semelhantes. Assim todos podem saber do desempenho dos principais atletas que disputaram o torneio sem precisar ser idiota pra ficar vendo jogo de pivete em link ruim na internet (minha vida está indo pelo ralo):
Top de linha

Blake Griffin
Ele ganhou o troféu de melhor jogador do torneio e mereceu. Chegou lá, viu e venceu. 19 pontos e 10 rebotes de média, tudo distribuído em um arsenal de jogadas vasto e nenhuma expressão facial. Nos seus primeiros minutos como jogador da NBA ele acertou uma bandeja, um arremesso de meia distância e uma bola de 3. As cestas podem ser vistas no vídeo abaixo junto com algumas outras bem impressionantes.
Não sei se vocês pereceberam mas a cada cesta do Griffin o placar na tela contava pontos para o Lakers, não para o Clippers. Até no que não vale nada, o Clippers é um fracasso total. Se bem que nesse ano tudo pode e deve dar errado com o Clippers, mas provavelmente não terá nada a ver com o Griffin, o cara é bom demais. Ele deve jogar muito e o time deve continuar perdendo, uma pena.
Tyreke Evans
O garotão do Kings mostrou que pode jogar nas duas posições de armador. Teve médias de destaque em tudo: 19 pontos, 6 rebotes e 4 assistências. Os 4 turnovers por jogo foram números altos mas aceitáveis para um armador novo em um time sem entrosamento, ainda mais considerando a correria que todo jogo de Summer League é. Ele só não tem arremesso de 3, mas mesmo assim ninguém em Sacramento se arrepende de ter deixado o Rubio passar.
Jonny Flynn
Falando em Rubio, o seu principal adversário para ser armador titular no Wolves saiu na frente. Ele foi meio irregular mas acabou com médias de 15 pontos e 7,5 assistências por jogo, incluindo um jogo em que distribuiu 14. Além disso, a partir do segundo jogo conseguiu atacar bastante a cesta para cobrar lances livres. Arremesso não é o seu forte, mas quando ele consegue costurar a defesa, acha espaços para o passe.
E quando é ele que tem espaço, ele faz isso:
Brandon Jennings
Se alguém tinha alguma dúvida se o Jennings tinha aprendido alguma coisa na Europa, essa dúvida acabou nessa Summer League. Mesmo com companheiros de time de nível técnico bem mediano, ele não quis nunca resolver tudo sozinho e agiu em todos os momentos como o armador e líder do time. Ele acabou a liga com 8,2 assistências por jogo mas eram pra ser 9,5 se não fosse seu único jogo ruim, o primeiro da competição.
Jogando assim na temporada regular ele vai dar toneladas de assistências, esperem os números do Bogut e do Redd subindo muito. Todo mundo melhora ao lado de um grande armador e o Jennings definitivamente será um grande armador. E o com o cabelo mais feio da liga.
One hit wonders?

Anthony Randolph e Anthony Morrow
Os dois jogadores do Warriors deram um showzinho à parte em Las Vegas. O primeiro meteu 42 pontos em um jogo e o Morrow respondeu com 47 no outro. Jogadores espetaculares ou bons jogadores se aproveitando do nível da Summer League?
Para o Morrow eu diria que foi um bom arremessador em um bom dia contra uma defesa ruim. Ele não é um grande jogador mas quando não tem um grande defensor na sua frente e entra no modo Eddie House, fica difícil parar. Mas achar que esses 47 pontos mostram que ele é melhor que Griffin, Jennings ou outros que jogaram é valorizar demais os números.
Já o Anthony Randolph foi muito mais regular que o Morrow e finalmente deu pra ver porque o comparam com o Odom. Ele é bem versátil, rápido demais pra alguém da sua altura e não dá pra entender porque o Don Nelson não utiliza o cara no time. Ele é ideal pra correria deles! Alto, reboteiro, sabe bater bola, sabe arremessar e dá muitos tocos (média de 3 por jogo no torneio). É só colocar ele na posição 4, o Biendris de pivô, Curry, Ellis e Stephen Jackson pra fechar o time e teremos diversão e derrotas garantidas! E que mandem o Corey “Bad Porn” Maggette embora.
Boa, campeão!
Austin Daye
O grupo “boa, campeão!” é para aqueles que se saíram bem mas que não apareceram tanto devido ao destaque ainda maior de outros. Mas como o Bola Presa é coração de mãe, não esquece ninguém.
O Daye começou mal mas depois pegou as manha das bagaça e nos últimos jogos mostrou a que veio com boa precisão nos arremessos de longe e um bom número de rebotes. Pelo jeito ele é mesmo um mismatch ambulante à la Rashard Lewis que vai deixar muito marcador zonzo. Só precisa controlar as faltas, 4 por jogo, e os turnovers, 3,6, número alto demais pra alguém que nem deveria bat
er a bola no chão.
James Johnson
O nome mais sem graça da história da força nominal acertou só 37% dos seus arremessos, 15% das suas bolas de 3, e mesmo assim conseguiu 17 pontos e 7 rebotes por jogo. Tá ruim mas tá bom, champs. Dá pra ser banco do Luol Deng numa boa.
Jodie Meeks
O Meeks foi a quadragésima primeira escolha do Bucks no draft e quando poucos achavam que ele tinha lugar na NBA, conquistou sua vaga nessa Summer League. Foram 19 pontos por jogo, uma partida com 29 pra fechar o torneio e, embora não seja uma maravilha, se garantiu como um bom reserva para o Michael Redd.
Toney Douglas
A escolha comprada do Knicks rendeu o Toney Douglas, que chegou com fama de ser bom defensor. O que um defensor faz num time do D’Antoni? Também não sei. Mas parece que o garoto tem algum talento. Apesar dos 27% de aproveitamento nos arremessos, acabou com média superior a 8 assistências.
Maravilhas do fim da feira

DeJuan Blair
Todo mundo sabia que o Spurs tinha afanado um cara sensacional na sua escolha de segundo round e o moleque não decepcionou. 16 pontos por jogo e 8 rebotes, 3 deles ofensivos. Nada mal para um nanico.
Rodrigue Beaubois
Malditos americanos xenófobos já estão chamando o coidado de Roddy Beaubois, já basta o Didier Mbenga que virou DJ. O francesinho do Mavs se mostrou um bom armador e segundo alguns que viram muito mais jogos do que eu, era o jogador mais veloz do torneio. Chegou a fazer 34 pontos em um jogo mas foi bem irregular e sua média ficou nos bons 17.
Chase Budinger
Ele tem cara de ator coadjuvante de filme adolescente americano. Provavelmente você já viu ele jogando um nerd em uma lata de lixo na Sessão da Tarde. Mas isso é passado, agora o Chase Budinger é um atleta da NBA, um muito bom aliás.
Ele é um jogador de perímetro, que chuta de longa distância e que acabou os seus 5 jogos da Summer League com assustadores 68% de aproveitamento nos arremessos e 72% nas bolas de 3! Foi líder nas duas categorias. Sasha Vujacic que me perdoe, mas temos um novo “The Machine” na liga.
Uma pena que ele não terá a ajuda das marcações duplas no Yao para usar esse arremesso todo, mas mesmo assim existe uma vaga no elenco de qualquer equipe para um cara com esse nível de precisão.
Se eu tivesse esse tamanho eu tava na NBA

DeAndre Jordan
Fechando a dupla de garrafão do Clippers ao lado do Blake Griffin, tem o cara do sobrenome de ouro. Para ostentar um “Jordan” nas costas do uniforme precisa jogar muito e o DeAndre, embora seja uma Dilma Rouseff perto da Alinne Moraes que é o Jordan, está se esforçando para melhorar. E o jogo do pivô está mais bonito do que as plásticas da ministra.
O problema dele é que é inconstante. Varia jogos de 2 pontos e 5 faltas com outros de 20 pontos, 10 rebotes e 3 tocos. Se achar um meio termo mais regular vai ser ótimo para liberar o Clippers para trocar Camby ou Kaman. Já sua habilidade batendo a bola é típica de um pivô ruim, como dá pra ver nesse vídeo dele sendo desafiado pelo armador Mike Taylor.
JaValle McGee
O pivôzão do Wizards que faz saudações militares a cada grande jogada recebeu a missão de fazer o Blake Griffin se sentir na NBA. Foi ele o responsável pela primeira falta violenta sofrida pelo ala e pela primeira enterrada que ele tomou na cabeça. As duas jogadas podem ser vistas nesse vídeo:
Mas, mais do que uma nota de rodapé na carreira do Griffin, o McGee realmente jogou bem. Depois de uma estréia ruim ele fez jogos de 12, 19 e 31 pontos. Nesses três jogos também teve média superior a 5 tocos por jogo! Assustador!
Hasheem Thabeet
Lixo. Isso resume o torneio do Thabeet. L-I-X-O. E daqueles bem fedidos com resto de comida, papel higiênico e um furinho pra você sujar a mão enquanto leva o saquinho pra fora.
Suas médias: 8,2 pontos, 4,6 rebotes, 0,8 tocos e 5 faltas por jogo.
O aprendiz de Greg Oden sofreu muito nos seus primeiros jogos por não conseguir se impôr na defesa como fazia no basquete universitário. Pelo jeito, o Marc Gasol vai ser mais do que necessário para o Grizzlies enquanto o rapaz aprende a jogar na NBA. Não dá pra dizer que ele será um fracasso depois de meia dúzia de jogos, mas parece que a transição, como é para tantos pivôs, será lenta.
DeAndre Jordan e JaValle McGee estão aí para mostrar como dá pra evoluir depois de um ano na NBA. Como será que julgaremos o Thabeet daqui um ano? Talvez só como um saco de lixo cheiroso com poucos cotonetes.
Gangorra

Ty Lawson
Dei uma puta moral para o Ty Lawson no dia do draft e ele respondeu com atuações bem ruins na Summer League. Pelo menos foi assim nos primeiros jogos, quando acertou 1 de 15 arremessos e cometeu 6 turnovers para 7 assistências.
Aí de repente ele tomou a água mágica do Michael Jordan e começou a jogar muito. Nos últimos três jogos foram médias de 23 pontos, 4 assistências e pouco mais de 1 turnover por jogo. Prefiro acreditar que é esse Lawson bom que irá jogar em Denver. Mas quando ele quer ser ruim, não tem pra ninguém.
Stephen Curry
O cara gosta de arremessar, é fominha e está no Warriors, era o cenário perfeito. Mas ainda não deu certo. Os 17 pontos por jogo vieram com um aproveitamento de 32% nos arremessos e em 16 tentativas de arremesso por jogo. 17 pontos em 16 arremessos não é lá uma grande média.
Exagerou nas faltas em alguns jogos e forçou muito o jogo. Mas como é novato querendo aparecer acima de tudo, a gente deixa passar. Não é como se inconsistência fosse algo novo no Warriors. O Don Nelson deve até ter tesão por isso.
Andray Blatche
A carreira inteira foi marcada por atuações fenomenais seguidas de jogos em que fica mais apagado que o Keirrison em jogo decisivo. Na Summer League foi bem, ficou em segundo nos rebotes. Mas a verdade é que tudo o que a gente viu lá já tinha visto antes, falta ele fazer todo dia. E não vamos descobrir isso em joguinho de liga de verão.
Antes tarde do que nunca

Nick Young
Quando o Arenas disse que o Nick Young lembrava o Kobe quando era mais novo, o Michael Jackson ainda era vivo, o Twitter não era modinha, as crianças ainda brincavam de peão na rua e o Arenas ainda tinha joelho. Passou tudo isso de tempo e ainda estamos esperando o garoto estourar nas quadras.
Nessa temporada ele está concorrendo com o próprio Arenas, Mike Miller e Randy Foye por minutos, mas começou bem a batalha ao marcar 23 pontos por jogo em Las Vegas. E isso com 50% de aproveitamento nos arremessos e 40% nas bolas de 3. Se ele quer espaço nesse time, tem que jogar muito.
O Young foi humilde e trabalhadô ao dizer que quer jogar mas não se importa tanto com o número de minutos. Acho que ele está certo, o time esté preocupado em vencer e ele tem que estar também. Se o time ganha, todos que estão lá se valorizam, ele só tem a ganhar. Mesmo que não seja traduzido em números, aposto que esse é o ano em que o Nick Young se torna um grande jogador na NBA.
Adam Morrison
O time do Lakers em Las Vegas era tão ruim, mas tão ruim, que o Adam Morrison não tinha outra opção que não fosse marcar 20 pontos por jogo. Então ele foi lá e marcou e não tirou o bigode.
Mas mais importante do que os números foi que o bigodinho mais sexy da NBA se disse confiante, feliz que está num time que deu a chance dele se recuperar fisicamente sem pressões e que vai jogar esse ano para ficar na NBA. Se mantiver os 42% da linha dos 3 como teve em Las Vegas, os minutos do Vujacic na rotação já são dele.
Joey Dorsey
Antes do jogo contra o Lakers, o vice-presidente de operações do Houston disse para o Dorsey que era bom que ele pegasse 20 rebotes naquele jogo. O ala de força de apenas 2,03m que estava jogando improvisado de pivô foi lá e pegou 20 rebotes.
Não vai ser a resposta para o Yao Ming mas com essa atuação monstruosa e a média de 14 rebotes por jogo, acho que o Dorsey tem lugar garantido no Rockets para a próxima temporada. O Dorsey, para quem não lembra, estava naquele time vice-campeão universitário de Memphis com o Derrick Rose e o Chris Douglas-Roberts.
Marcus Williams
A história do Marcus Williams é um bocado triste. Chegou ao draft de 2006 como um dos melhores armadores daquele ano. Foi caindo, caindo e acabou sendo escolhido só na escolha 22, bem a do Nets, onde estava fadado a ser banco do Kidd.
Quando o Kidd foi trocado ele virou banco do Devin Harris e, sem convencer, acabou sendo trocado para o Warriors, que tinha acabado de perder o Baron Davis. Lá foi simplesmente humilhado pelo Don Nelson, que disse que não dava para tê-lo como armador titular de jeito algum, preferindo novatos desconhecidos como DeMarcus Nelson a ele.
Williams foi dispensado e agora em busca de um time conseguiu vaga no elenco do Grizzlies da Summer League. Acabou com médias de 13 pontos e como líder em assistências, com 8,2. Será legal demais vê-lo de volta à liga para mais uma chance.

E assim acabou a festa. Chegou ao fim a Summer League de Las Vegas, a liga que reuniu o maior número de jogadores desconhecidos desde o saudoso campeonato goiano de bocha de 1997. Com o fim desse torneio, a NBA só acontece mesmo nos bastidores agora. Alguns jogadores ainda não tem time, outros ainda podem ser trocados, mas no fim das contas está tudo na mão dos cartolas, para os jogadores resta esperar a pré-temporada em outubro.

Para nós blogueiros e fãs do basquete, ainda podemos sofrer com a seleção na Copa América e ficar falando de bobagens aqui no Bola Presa. Estamos planejando para um futuro breve coisas bem bacanas como análise de filmes de basquete, games de basquete, apelidos, o amistoso cheio de estrelas que acontecerá no Rio e, acreditem, até a volta do Both Teams Played Hard. Aguardem! Promessa feita no Bola Presa é (praticamente) promessa cumprida!

>A Análise do Draft – Parte 1

>Bem, pessoal, chegou a esperada hora de analisar time a time quem se deu bem, quem se deu mal e quem saiu igual da noite do draft. Vamos dividir em partes para ter a liberdade de analisar os 30 times sem nos preocupar em fazer um post maior que a Bíblia.

Os posts vão sair grandes, claro, a gente não consegue se controlar, mas será mais agradável ler aos pedaços. Sem mais enrolações, vamos apresentar o nosso sistema de avaliação dos times dessa temporada. No Draft 2007, analisamos usando boas e velhas notas em algarismos arábicos, ano passado fizemos os “selos de qualidade Bola Presa” usando mulheres como objetos-nota para avaliar os times.
Nesse ano, como o dia do draft será sempre conhecido como “O dia em que o Michael Jackson morreu”, os selos desse ano levam a marca do cantor-dançarino-performer-pedófilo mais querido do mundo. Vamos aos selos de avaliação desse ano:

Thriller: Sucesso absoluto, ótima escolha! O time com selo Thriller pode sair tranquilo e feliz do draft.

Black or White: O jogador draftado pode causar alguma dúvida por causa de sua posição, histórico ou situação do time, mas tem tudo pra dar certo.

Jackson 5: O jogador escolhido não deve passar de um role player, um jogador de equipe. Dependendo da posição onde foi escolhido isso pode ser bom ou ruim.

Moonwalk: Pareceu legal na hora mas olhando bem ele só está andando pra trás. Esse jogador não vai levar o time a lugar nenhum.

Plásticas no nariz branco: Ninguém vai reconhecer esse jogador daqui um tempo. Promessa falida, escolha horrível.

Finalmente, a análise time por time.

Los Angeles Clippers
Blake Griffin, PF

O Clippers só tinha uma escolha e pegou o que todos acreditam ser o melhor jogador do draft, Blake Griffin. Fizeram o que tinha que ser feito, correram o menor risco possível. Claro que por ser o Clippers, tudo pode dar errado ainda. Na última vez que tiveram uma primeira escolha conseguiram o feito de pegar o Michael Olowokandi, então nem uma primeira escolha aclamada pela crítica é segura por lá.

O que eles precisam fazer agora é dar uma geral no time. Afinal, quem vai ser titular e quem vai ser reserva entre os alas e pivôs, já que eles tem Griffin, Randolph, Kaman e Camby? Com Shaq e Dwight no Leste deve ter um monte de time por lá que não recusaria o Camby ou o Kaman, talvez fosse uma boa hora de trocar um dos dois e começar a montar um banco de reserva.

O time com Baron Davis, Eric Gordon, Al Thornton, Blake Griffin e Marcus Camby é bacana, mas simplesmente não existem reservas nas posições 1, 2 e 3 e, como todo mundo sabe, haverá contusões nesse time.

Memphis Grizzlies
Hasheem Thabeet, C
DeMarre Carroll,
Sam Young,

A primeira escolha do Grizzlies, o Hasheem Thabeet, pivô de UConn vindo da Tanzânia, foi correta, acho que faria a mesma coisa no lugar deles, mas draftar pivôs gigantescos nas primeiras escolhas do draft é sempre arriscado. O Thabeet não é o primeiro negão gigante a ser comparado ao Mutombo e praticamente todos os que vieram antes não se saíram tão bem quanto o velho Dikembe.

O Thabeet dominou os garrafões da NCAA, média de 4 tocos por jogo, 2,22m de altura e ótimo posicionamento defensivo. Mas sabe quem fez a mesma coisa? Greg Oden. Quem garante que o Thabeet não será também uma máquina de fazer faltas e sem jogo ofensivo? Acho que o Thabeet pode acabar sendo daqui uns anos o novo Mutombo, o novo Dalembert ou o que vimos do Oden nesse seu primeiro ano de NBA. E dependendo desse desf
echo poderemos julgar melhor essa escolha.

Mas o Grizzlies precisava correr esse risco. Com Conley, que terminou muito bem a temporada passada, OJ Mayo e Rudy Gay, eles tem um bom trio ofensivo e precisavam de uma força no garrafão, alguém comprometido na defesa. O Marc Gasol quebrou um galhão na temporada passada e pode ser titular em muitos times, mas nunca vai ser o jogador dominante na defesa que o Thabeet pode vir a ser. E quem sabe o Gasol não joga um pouco na posição 4 nessa temporada, a posição mais carente do time?

Já com a escolha 27 o Grizz escolheu o DeMarre Carroll, um ala que joga nas posições 3 e 4 e que parece que está destinado a ser reserva. Se render nos minutos que jogar já é lucro, mas acho que eles poderiam ter pego o Toney Douglas, que é um especialista em defesa de perímetro ou qualquer jogador da posição 4 disponível. Com sua última escolha, a 36, eles pegaram o Sam Young, um cara que pula muito, é bem atlético, diz que está melhorando o arremesso e parece mais velho que o Greg Olden.

Oklahoma City Thunder
James Harden, SG
BJ Mullens, C
Robert Vaden, SG

Alguns podem achar que o Thunder foi meio cagão ao pegar o James Harden na terceira posição. Afinal, eles poderiam ter pego o Rubio, usado o Russell Westbrook na posição 2 e ter um time ousado, muito veloz e ofensivo. Mas o Thunder melhorou a cada mês na temporada passada e não é a hora de mudar tudo.

James Harden é um jogador talentoso, que sabe atacar a cesta mesmo sem ser muito veloz e que chega na NBA já feito, sem aqueles rótulos de “precisa ficar mais forte”, “precisa aprender a arremessar” ou “precisa aprender a jogar basquete”. Assim ele chega pronto para ser titular, colocar o Kevin Durant na sua posição original de ala e garantir de vez que o Thunder jogará num small ball, com o Jeff Green como um ala de força sem tanta força. Escolha segura e que dará resultados!

Em uma das trocas mais tolas do draft, o Thunder conseguiu o pivô BJ Mullens. O Dallas pegou o Mullens na escolha 24 e mandou para o Thunder em troca do francês Beaubois que foi a escolha 25 do Thunder. Foi só uma artimanha do Mavs pra conseguir uma escolha de segunda rodada extra. Mas no resultado o Thunder pegou um jogador na posição mais carente do time, a de pivô, em que só tem o Nenad Krstic. O Mullen é o terceiro pivô em três anos a sair de Ohio State (Oden, Koufos) e possivelmente é o pior ou o menos preparado dos três para a NBA. Deve sair do banco, fazer suas cestas em pick and rolls ou rebotes ofensivos e voltar pro banco, mas pode dar resultado a longo prazo.

Na segunda rodada o Thunder pegou outro jogador que cobre uma falha do time, os arremessos dos 3 pontos. Robert Vaden seria trilhões de vezes mais legal se chamase Robert Vader, mas vale assim mesmo. Já fez 7 bolas de 3 em um tempo da NCAA e deve vir do banco para tentar ser um Eddie House da vida, mas não duvide se acabar virando um The Machine.

Sacramento Kings
Tyreke Evans, PG/SG
Omri Casspi, SF
Jon Brockman, PF

Pelo o que eu li por aí o Kings foi um dos times mais criticados do Draft. Meteram o pau neles por terem tido a chance de pegar o Rubio, o Flynn e o Stephen Curry e terem deixado passar pelo Tyreke Evans. Mas eu tô apostando que vai dar certo!

Minha maior dúvida era se o Evans poderia jogar como armador principal ao lado do Kevin Martin, já que pra mim ele era mais um jogador da posição 2, mas vários especialistas que assistiram ele de perto garantem que ele vai render e render muito bem como armador principal. Acreditando nisso aposto que foi a escolha correta, porque esse moleque parece bom demais.

Em treinos na última semana antes do draft o Evans foi o melhor jogador de todos os Top 10 e impressionou todo mundo que tinha uma escolha. E o Kings tem tradição em escolher jogadores baseados em seus treinos e não em seus nomes, foi assim que escolheram o Jason Thompson na 12º posição no ano passado e acertaram em cheio. Também gostei do Evans ser escolhido ao invés do Rubio porque o Kings precisa de jogadores que marcam pontos e o Evans é mais pontuador que o espanhol dos Jonas Brothers.

Com a sua escolha 23 o Kings pegou o que pode ser o primeiro israelense a jogar na NBA, Omri Casspi. Eu vi pouco dele, mas parece que ele é um mix de Rudy Fernandez e Turkoglu. O Rudy pelo jeito de jogar mesmo, o Turkoglu porque ele joga de ala mesmo com quase 2,08m de altura. A escolha não é ainda certeira porque esses gringos sempre correm o risco de demorar pra ir pra NBA, mas se for agora o Kings tem um bom jogador pra posição 3.

Por último uma escolha divertida. Jon Brockman tem nome de lenhador e é parceiro de faculdade do Spencer Hawes, que vai tirar sarro do seu novato e divertir o vestiário. Só isso.

Minnesota Timberwolves
Ricky Rubio, PG
Jonny Flynn, PG
Wayne Elling
ton, SG

Henk Norel, C

O Wolves foi o primeiro time a ter quatro escolhas de primeiro round no mesmo ano e não tiveram criatividade nenhuma na hora de escolher: três armadores nas suas três primeiras escolhas, em Rubio, Flynn e Lawson.

Todo mundo sabia que se o Ricky Rubio sobrasse lá eles não iam perdoar e fizeram muito bem em apostar nele, mas a escolha do Jonny Flynn depois causou uma baita confusão digna de filme da Sessão da Tarde. O Rubio falou logo depois do draft que não estava confortável com o fato do time ter draftado outro jogador da mesma posição logo depois e disse que por isso consideraria passar mais um ano na Espanha. Com isso começaram a chover propostas e rumores sobre o Rubio ir para o Knicks, Rockets, Suns e trocentos outros times. Para terminar, o Rubio não apareceu na coletiva de imprensa de apresentação dos jogadores.

Para baixar a poeira o novo General Manager do time, David “Gengis” Kahn, afirmou que entende a situação do Rubio mas que garante que ele será o armador titular da equipe a partir do momento que entrar lá. E, para não agradar só um irmãozinho, que o Flynn também pode ser titular. Será que cola e o Rubio aparece lá? Um mal entendido pode custar um ano sem o espanhol.

Apesar dos dois armadores serem nanicos à lá falecido Pitoco, o GM Kahn acredita em um esquema com dois armadores baixos como titulares e para isso citou formações famosas da idade da pedra como Isiah Thomas e Joe Dumars, Jerry West e Gail Goodrich e Danny Ainge e Dennis Johnson. Todos exemplos que o Rubio nem sabe que existem porque não era vivo quando a maioria deles jogava.

Eu gosto de times com dois armadores juntos. Gostava quando o Dallas usava Nash e Van Exel ou quando o Kings usava Bobby Jackson e Bibby. Até gosto hoje quando o Bobcats usa Felton e Augustin, mas isso são reservas atuando alguns minutos. Os dois como titulares implica em muitos minutos juntos e um dos dois marcando jogadores bem mais altos. Imaginam Rubio ou Flynn marcando o Kobe, o Ginobili ou até uns mais baixos como o Brandon Roy? Não tem como dar certo. Ou um vai dar o fora ou um vira um reserva insatisfeito.

Pra terminar, o time não tem técnico ainda! Seja lá quem eles vão contratar, vai ter que ser alguém que também acredita nessa teoria de que dois armadores baixos juntos podem dar certo. Mas o que salva o Wolves é que os dois são muito bons e que na pior das hipóteses eles podem conseguir uma boa troca. Foram escolhas boas pelo talento e péssimas pelas consequências que isso trouxe.

Ty Lawson, que pareceu uma piada na hora que foi draftado por ser mais um armador, acabou sendo trocado para o Denver Nuggets em troca da escolha do draft do Bobcats do ano que vem. Negócio bom para o Wolves, os melhores jogadores disponíveis nesse pedaço do draft eram armadores e ao invés de ter mais um, conseguiram uma posição parecida a essa (18º) no draft do ano que vem.

Com a escolha de Wayne Ellington, na segunda rodada, o Wolves tem finalmente um bom arremessador de 3 pontos, para o NBADraft.net é o melhor desse draft. Como não parece ter muito além disso, deve ter minutos limitados no time, mas é sempre bom ter um arremessador. Por fim, Henk Noel é um pivô holandês com cara de psicopata destinado a tomar enterradas na cabeça, se é que um dia vai jogar na NBA.

Golden State Warriors
Stephen Curry, PG

Eu adorei a escolha do Warriors. O Stephen Curry é um daqueles armadores que não são de organizar o time, é um armador finalizador, agressivo. Mesmo assim tem um bom arremesso e é um dos poucos, se não o único, armador desse Top 10 a ter um confiável arremesso de 3 pontos. Ou seja, ele tinha que sair pro Warriors ou para o Knicks para jogar na correria.

A torcida de Nova York só faltou chorar ao ver que ele chegou perto de NY e escapou pelos dedos, já a do Warriors deve estar dividida. Por um lado o Stephen Curry é ideal para deixar o Monta Ellis na posição onde ele joga melhor, na 2, e fazer uma das duplas de armação mais rápidas e difíceis de ser marcada na NBA. E ao contrário do Wolves, não importa quem eles vão ter que defender depois porque ninguém defende lá, simples assim.

Por outro lado, porém, o Don Nelson disse que o Curry é tão perfeito para o Warriors que eles não vão trocá-lo de jeito nenhum. “Ele pode desfazer as malas e até comprar uma casa”, segundo o técnico pirado. Mas isso quer dizer que a troca que estava quase feita com o Suns pelo Amar’e Stoudemire está mais melada que Playboy. O Curry é bom e vai fazer pontos até explodir nesse Warriors, mas será que vale a perda da chance de ter o Amar’e? Talvez eles se arrependam disso um dia.

New York Knicks
Jordan Hill, PF
Toney Douglas, SG

Primeiro time a receber o selo Jackson 5. Isso porque os dois jogadores do Knicks, apesar de parecerem bons, não vão mudar a cara do time como, por exemplo, Stephen Curry iria. Curry entraria para ser o armador que conduziria o time, já Jordan Hill vai ser ou um pivô para deixar o David Lee de ala de força ou o cara que irá herdar a posição do Lee caso ele seja realmente trocado.

Comparam o Jordan Hill com o Chris Bosh, mas como o próprio Bosh disse, é só por causa do cabelo. Tirando isso eles não tem nada a ver. O Bosh tem muito mais recursos ofensivos e arremesso, o Hill vai s
e garantir na NBA por ser um bom reboteiro. Se é pra comparar com algum cabeludo, ele é o Joakim Noah menos desengonçado no ataque e menos drogado.

Se o Knicks quisesse ousar, poderiam ter ido de Jennings para ser o armador do time, mas se eles querem o LeBron no ano que vem talvez não seja a hora de arriscar, mas sim de pegar alguns jogadores mais sólidos para criar um ambiente melhor pro King Crab. Mais um ano de sofrimento para o Knicks com um time de medianos.

A escolha 29, que era do Lakers e o Knicks comprou por singelos 3 milhões de dólares, rendeu o armador Toney Douglas. Douglas parece ser um bom jogador, daqueles pra vir do banco dando um gás e marcando o melhor jogador adversário. Mais um bom role player para a coleção de ótimos role players que o Knicks tem.


Acabamos essa primeira parte antes que isso vire a Bíblia que eu prometi que isso não viraria. Encerro por hoje. Amanhã tem mais times, possivelmente mais 8 e depois os 14 que sobraram pra terminar. Os últimos 14 não vão render um post tão grande porque tem times como os finalistas Lakers e Magic, que somam uma única escolha de draft, a do genial Chinemelu Elonu na posição 59. Quem já leu tudo e quer ler mais pode conferir nosso glorioso Mock Draft da Força Nominal.