Thunder/Wolves histórico, Raptors troca camuflado por amarelo

Ontem não consegui publicar o Resumo da Rodada. Aí ficou aquela dúvida, coloco alguma coisa da sexta no resumo do sábado ou ignoro e sigo em frente? Eu seguiria em frente se na sexta não tivesse acontecido um dos jogos mais malucos e legais da temporada. Então é hora de mini-resumo da sexta (vou ignorar alguns jogos) e do resumo do sábado. Beleza? Beleza.

Sexta-feira

O grande motivo de eu estar escrevendo sobre a sexta-feira é o Oklahoma City Thunder e sua habilidade de estar presente em jogos espetaculares. Lembra da prorrogação dupla do ano passado contra o Grizzlies? Eles repetiram a dose em qualidade, prorrogações e cestas decisivas. Só perderam em timing, poderiam ter esperado pela segunda rodada dos playoffs de novo. O jogo foi contra o Minnesota Timberwolves e teve de tudo. O Wolves começou pegando fogo e chegou a abrir 13, o Thunder em um certo momento tomou conta do jogo e abriu 7. Nenhum dos dois times tinha muita ideia de como parar seu adversário e o jogo foi um show ofensivo, ou um terror defensivo, depende se você quer elogiar ou criticar.

O Thunder começou perdido na defesa por causa da escalação do Wolves. Sem Nikola Pekovic ou Darko Milicic, machucados, o técnico Rick Adelman optou por mais uma vez usar Kevin Love como pivô, embora ele tivesse rendido muito pouco na posição na última partida. A diferença é que dessa vez ele foi escalado como pivô, mas continuou jogando como ala, circulando mais longe da cesta. Sem mobilidade ou velocidade, Kendrick Perkins não conseguiu acompanhar Love no perímetro e o ala do Wolves começou a partida pegando fogo: Com 5 minutos de jogo ele já tinha 3 bolas de 3 pontos e 11 pontos.

O small ball do Wolves, junto com a incapacidade de Perkins e Ibaka de pararem Love forçou o Thunder a jogar com quatro jogadores abertos também: Russell Westbrook, Thabo Sefolosha (depois Derek Fisher), James Harden e Kevin Durant, e Nick Collison como pivô defendendo Love. Essa formação vocês devem conhecer, é o que para o Thunder quer dizer “Foda-se a defesa, faremos 200 pontos se preciso”. Explico: O Thunder não tinha ideia de como defender JJ Barea. Ele sendo marcado pelo Fisher? Funcionou TÃO bem para o Lakers nos últimos playoffs que eu ainda tenho pesadelos com aqueles jogos. Kevin Durant marcando Anthony Tolliver? Pode parecer estranho, mas foi patético. Westbrook marcando qualquer um? Não está afim. Collison marcando Love? Esforçado, mas não o bastante. Mas o contrário também era assim, ninguém no Wolves chega perto de conseguir incomodar um pouquinho o Durant, Westbrook ou Harden. Virou pelada de alto nível.

Com o placar já bem alto e os times trocando cestas, chegamos ao fim do último quarto. Com poucos segundos restando no cronômetro Russell Westbrook tenta salvar uma bola que iria para fora, mas ao colocá-la na quadra a dá nas mãos de JJ Barea, que empata o jogo. Logo depois Kevin Durant acerta uma bola de 3 pontos de muito longe para dar a liderança para o Thunder a 3 segundos do fim. Mas a 1 segundo Kevin Love solta uma bola de 3 sobre Westbrook e sai gritando “Na sua cara, na sua cara” para o ex-companheiro de UCLA. Prorrogação. Lá parecia que o Wolves iria ganhar. Com o jogo empatado a 58 segundos para o fim, JJ Barea (sim, aquele anão) pegou seu único rebote ofensivo no jogo e em seguida deu uma assistência para Tolliver, que fez a cesta e sofreu a falta de Durant. Na jogada seguinte, em um rebote espirrado, Barea deu um tapa/soco/assistência na bola que virou enterrada de Tolliver, 5 pontos de vantagem a 46 segundos do final da partida. Mas aí entrou o talento bruto do Thunder atropelando tudo. Russell Westbrook primeiro acertou uma cesta caindo para trás, com marcação dupla na cara dele. E após uma andada de Love, Kevin Durant meteu uma bola de 3 pontos na zona morta, ignorando a marcação. Jogo mais uma vez empatado, segunda prorrogação.

No segundo tempo extra o Wolves estava exausto, cometeu erros e não conseguiu fazer pontos na transição. Mas o Thunder? Westbrook estava correndo como se tivesse acabado de se aquecer! Fez pontos em contra-ataque como se não houvesse amanhã. O Thunder como um todo acertou 7/8 arremessos na segunda prorrogação e não deu mais chances no jogo mais maluco da temporada: 149 a 140. 

Vamos às estatísticas? Essa parte é impressionante: Anthony Tolliver teve 23 pontos pelo Wolves, James Harden 25 pelo Thunder. Eles não chegaram perto de ser destaque de seus times. Kevin Love quebrou o recorde de 47 pontos de Kevin Garnett e com 51 é o maior cestinha do Wolves em um jogo em toda a história do time. Também pegou 14 rebotes e acertou 7 bolas de 3 pontos. Russell Westbrook conseguiu 45 pontos e 6 assistências, Kevin Durant teve 40 pontos e 17 rebotes. Foi a segunda vez na temporada que a dupla passou de 40 no mesmo jogo! Antes dessa temporada a última vez que dois caras do mesmo time alcançaram 40 na mesma partida havia sido em 1996 com Michael Jordan e Scottie Pippen. Por fim, JJ Barea teve um triple-double. Sim, o primeiro triple-double da história dos anões. 25 pontos, 10 rebotes e 14 assistências. Como Barea pegou 10 rebotes? Eu vi o jogo e não sei começar a explicar. Um jogo para a história, vale a pena ver todo o resumo.

Falei de sexta-feira só para falar desse jogo, não espere mais muita coisa. Nos outros jogos os destaques foram a primeira derrota de Mike Woodson no comando do Knicks, para o Raptors, em um jogo em que deu tudo errado desde o começo. O San Antonio Spurs teve Boris Diaw em quadra e mesmo sem armador algum no elenco, Tony Parker machucado e Gary Neal não conta, derrotaram com autoridade o Dallas Mavericks. O Sixers voltou a jogar bem e atropelou o Celtics, já o Lakers, mesmo com jogos mais ou menos de Kobe e Gasol, passou pelo Blazers liderados pelos 28 pontos de Andrew Bynum. No único duelo entre times de conferências diferentes, vitória apertada e emocionante do Phoenix Suns sobre o Indiana Pacers, que quase teve Paul George pegando o próprio rebote do lance-livre para empatar o jogo no último segundo!

 

Sábado

O jogo mais emocionante do sábado à noite foi o duelo entre Toronto Raptors e Chicago Bulls. O líder do Leste venceu e o Raptors deve estar pensando até agora em como eles perderam essa mamata. Punição do deus fashion por terem usado aquele uniforme camuflado no outro dia? Espero que sim, assim como espero que ele puna toda mulher que usa calça boyfriend, não aceito! O Bulls estava sem Derrick Rose, de novo, e ainda no 2º quarto viram Joakim Noah tomar duas faltas técnicas e ser expulso. Como Rip Hamilton está machucado também, era o Raptors contra só 2 titulares do Bulls.

Foi o bastante para o Raptors dominar os rebotes (58 a 44) e ter melhor aproveitamento de arremessos (44% a 39%), mas com o dobro de erros (18 a 9) não conseguiu vencer. Chances não faltaram. Estavam vencendo quando deixaram CJ Watson (23 pontos, 10 rebotes) livre para um arremesso de 3 a 3 minutos do fim do jogo. Estavam também na frente quando Calderón imitou Westbrook e salvou uma bola que ia para fora e deu nas mãos do mesmo Watson, que fez a bandeja. E sabe quem fez outro arremesso de 3 sem marcação no último minuto? CJ Watson. O Raptors ainda passou na frente com linda ponte aérea de José Calderón (20 pontos, 10 assistências) para Amir Johnson, mas logo depois fizeram falta em (um doce pra quem acertar) Watson, que fez 1/2 lances-livres e empatou o jogo. Com a última posse de bolas em mãos, o Raptors teve 4 chances para vencer! Primeiro na bandeja de James Johnson, bloqueada por Omer Asik, depois em um arremesso de Andrea Bargnani, aí no rebote ofensivo de Gary Forbes e, finalmente, em novo arremesso do italiano Bargnani, que parecia certeiro mas bateu no aro duas vezes antes de cair fora. Prorrogação.

No tempo extra, placar baixo e jogo empatado até Amir Johnson acertar um lance-livre a 15 segundos do fim. Aí o Bulls foi para a vitória com bandeja de Luol Deng (23 pontos, 10 rebotes), mas tomou toco de Johnson. Gary Forbes pegou o rebote, sofreu e falta e aí entregou a rapadura: errou os 2 lances-livres. Mais uma chance para o Bulls, que viu CJ Watson ser muito bem marcado e tentar um arremesso que poucos acertariam. Deu airball. Mas é um ariball contra o Raptors. Então Luol Deng pegou a bola do lado do aro e a soltou a um milésimo de segundo antes do estouro do cronômetro, acertando e vencendo o jogo por 102-101. A bola de Deng está no vídeo abaixo.

Se faz o Raptors se sentir melhor, deveria ter sido marcada uma falta de Carlos Boozer (24 pontos, 10 rebotes)  nesse último lance, já que ele empurra o Gary Forbes e o tira de uma posição onde poderia ter tirado o rebote de Deng. Isso não apaga as mil chances e erros do Raptors, mas foi bem injusto.

Outro jogo com prorrogação foi o duelo entre Houston Rockets e Dallas Mavericks. O jogo foi importantíssimo. Entre o Mavs, 5º do Oeste, e o Rockets, 9º, existem um monte de times praticamente empatados. Uma ou duas vitórias colocam uma equipe lá em cima ou fora dos playoffs, os confrontos diretos podem fazer diferença também. Sabendo disso os dois times jogaram pesado. O Rockets apelou nas bolas de longa distância e 3 de seus titulares (Parsons, Lee e Dragic) tentaram 7 bolas de 3 pontos cada! O Mavs ficou na segurança de passar o último período todo revezando entre arremessos difíceis do Jason Terry (24 pontos) e impossíveis do Dirk Nowitzki (31 pontos), e como sempre, deu certo. O Mavs só não levou o jogo ainda no tempo normal porque o espetacular novato Chandler Parsons (12 pontos, 11 rebotes, 6 assistências) acertou uma bola de 3 digna de Kevin Durant nos últimos segundos do último quarto.

No tempo extra o Mavs continuou com sua dupla, mas teve uma importante ajuda: Brandan Wright contribuiu com 7 tocos, incluindo um sobre Courtney Lee em uma posse de bola decisiva. Ele já tinha antes acertado um arremesso importante no fim do tempo normal também. O Rockets chegou a ter uma outra chance no final do jogo depois de forçar o Mavs a demorar mais de 8 segundos para ir para o campo de ataque, mas na última bola Chase Budinger acertou só aro em um chute da zona morta. O resumo do jogo abaixo serve para 3 coisas: (1) A ponte aéra de Scola para Parsons, (2) a bola de 3 pontos de Parsons e (3) a bola que Dirk Nowitzki acerta usando a tabela com o seu defensor grudado na sua pele.

Juro que acabaram as prorrogações. Quase teve na vitória do Atlanta Hawks sobre o Washington Wizards, mas o John Wall errou a bola de 3 no último segundo. Nenhuma surpresa já que ele tinha acertado só 1 das 9 bolas anteriores que chutou. Foi o melhor jogo de Nenê na sua curta carreira de Wizards, 21 pontos, 11 rebotes e 3 tocos, mas o time não soube segurar a vantagem e tomou a virada. Além do péssimo jogo de Wall, Jordan Crawford é uma negação defensiva e foi humilhado por Joe Johnson. Enquanto o Wizards não tiver um bom defensor de perímetro vai ser difícil ter bons resultados. Outra coisa, alguém sabe quem é esse tal de Edwin Ubiles que jogou seu 3º jogo pelo Wizards ontem?! Juro que tento sempre me manter informado, mas às vezes aparecem uns caras… ele veio da D-League, curiosamente também do Wizards, do Dakota Wizards. Se alguém souber no que ele é bom, avise, ontem fez 10 pontos em 18 minutos jogados.

Outros jogos que aconteceram enquanto vocês estavam na baladenha tomando muito Ice: O Knicks voltou a vencer, atropelou o Pistons como se fosse time grande. O Nets venceu o Bobcats em um desses jogos que simplesmente não valem um minuto do seu fim de semana. Já o Bucks chegou ao extremo do descaso defensivo e tomou 125 pontos do Indiana Pacers, o 6º pior time da NBA em aproveitamento de arremessos. Quem é você e o que você fez com o Scott Skiles, seu farsante?!

No jogo entre San Antonio Spurs e New Orleans Hornets, mais um motivo pra gente ter medo do Spurs: Eles jogaram mal, não se acertaram o jogo inteiro, o Hornets jogou melhor e mesmo assim o time de Tim Duncan saiu com a vitória. Nos anos em que eles foram campeões eu enjoei de ver essas coisas acontecerem. Chegou até o ponto do Danny Green errar dois lances-livres no fim do jogo e mesmo assim o Hornets não aproveitar sua segunda chance de empatar a partida. Quem também ganhou com um basquete mais ou menos foi o LA Clippers, que finalmente voltou a vencer e derrotou o Memphis Grizzlies, esse também em crise. Desde a volta de Zach Randolph o Grizzlies está penando para voltar a jogar da maneira que fazia com o ala/pivô, de maneira mais lenta. O jogo teve várias enterradas legais do Blake Griffin, mas nada tão divertido quando o Chris Paul brincando com o Marc Gasol:

Sabe que as ausências seguidas de Derrick Rose me custou uma série de playoff, estou oficialmente eliminado e não tenho chance de ser bi-campeão da Liga Bola Presa de Fantasy. Mas o Danilo segue forte rumo a seu primeiro título e boa parte de sua boa campanha se dá à decisão de ter draftado o novato Klay Thompson antes da temporada. Lembro que conversávamos sobre isso e eu disse pra ele minha opinião: “Se o Monta Ellis acabar sendo trocado ele pode estourar, mas também pode ficar encostado no banco”. Não só Ellis foi trocado como Stephen Curry está machucado, isso quer dizer que Thompson é a principal arma ofensiva do Warrios. Ontem seu time venceu de novo o Sacramento Kings e o novato saiu de quadra com 31 pontos, seu máximo na carreira e que ajudam muito o São Bernardo Furnitures do Danilo, que agora é o Bola Presa na Libertadores.

O jogo foi disputado, corrido e bem divertido, típica diversão de fim de noite do Warriors. O Kings vinha sendo liderado pelos 28 pontos e 18 rebotes de DeMarcus Cousins, mas não conseguiu colocar a bola na mão dele no fim do jogo. Isaiah Thomas, o novato que vem fazendo ótima temporada, perdeu o controle do seu drible de maneira infantil a 4 segundos do fim do jogo e seu time perdendo por apenas 1. Broxante. Na posse de bola seguinte Richard Jefferson conseguiu enterrar a bola antes de sofrer falta, abriu a vantagem para 3 e o Kings não conseguiu empatar em arremesso desesperado de Tyreke Evans.

 

Fotos da Rodada

Tom Thibodeau: Uma estranha mistura de tiozão do churrasco e um sub-gerente frustrado

 

MONTINHO!!!!!!

 

Talvez se eu voar ele pare de fazer cestas na minha cara
(o que é o Carlos Delfino deitado no sofá coçando o saco de fundo?!)

 

Em homenagem a quem já jogou basquete de óculos

 

Yao Ming e filha do Yao (Awnnn!)

 

Ajudem-me nessa: Com que personagem de desenho parece o Chandler Parsons?

 

Cara-de-Dragic é a nova cara-de-Gasol?

 

O time mais macho da NBA

9 comentários sobre “Thunder/Wolves histórico, Raptors troca camuflado por amarelo

  1. Segundo uns box score e umas analises da D-legue e no seu tempo de universidade Edwin Ubiles é isso ai mesmo, entra pra pontuar de qlq maneira, tem uma boa bola de tres, numa temporada da D-league teve aproveitamento de 42 porcento coisa de especialista, entao é mais um cara pra pontuar q nao sabe defender. Meu Deus oq acontece cm o Memphis, diziam q ia ficar ruim qnd Gay voltasse, ele voltou o time se adptou, qm diria q o problema seria qnd o Bola Presa do basquete voltasse. OKC e WOLVES melhor jogo da temporada cm certeza, só nao vai ser melhor do q HEAT E OKC hje. Previa da final

  2. Foi o 3º jogo em 3 dias seguidos do Bucks. Acho que foi “normal” esses 125 pontos. Time que corre mais se desgasta mais.

  3. 2 coisas:

    1) Pra mim a jogada do fim de semana foi o corta luz do collison p o durant ficar livre na zona morta. pqp, q coisa linda 🙂

    2) O durant falou q ia copiar o one leg fade away do dirk e aprendeu à perfeição … Acho q a nova dinastia da NBA será montada ao redor do Durant. Sério, ele evolui a cada temporada, é gigante e queima bola na cara de todo mundo. Sei não se alguém consegue não deixá-lo ganhar uma porrada de títulos nos próximos 10 anos.

  4. Denis,

    Essa foto do Dragic ele esta igualzinho ao Van Damme no filme “O Grande Dragão Branco” quando jogão o pó na cara dele. Presta atenção.

    Show demais. Abraços

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